Iguais

Ontem percebi (mais ou menos), o que sente o pessoal que come cogumelos alucinógenicos. Fui ao oftalmologista e dilataram-me os olhos ( arde e é desconfortavel), mas quando passava pelos postes de luz na rua, tudo parecia fogo de artificío, ao passar nas festas então foi o delírio, tudo a brilhar em grande escala...parecia que estava no céu...Quando entrei na minha rua, os candeeiros pareciam cascatas de luz...lindo...
Esquecendo este fenómeno, o mais importante foi mesmo a consulta em si. Boas respostas, como se quer. Mas o melhor de tudo é conhecer pessoas que nos dão tudo, sem sequer nos conhecer. Ao início estranhei a aproximidade, soletrou o meu nome e dividiu em dois, sendo o segundo atribuído o inha...e tratou-me desde logo assim...estilo Aninha...
Aninha, isto, Aninha aquilo...minha querida, meu amor, tem calma, não te enverves...Uma pessoa é profissional, é paga para trabalhar...mas isto é mais, é muito mais.
Já me tinham dito que ela era assim, directa, profissional, mas muito meiga e terna. Pensei, esta mulher nunca me viu e tirou-me logo o retrato. Falou comigo e respondeu a tudo o que a minha cabeça perguntava. Coloquei questões e foi de uma meiguice, que até hoje não vi. Ah pois, trata as pessoas como seres humanos e não como mais um cliente...sim, não estou habituada.
Perde tempo para saber, ver e querer saber mais.
No fim dá-me um beijo e um abraço, como se quizesse preencher algo que me fazia falta. Saí de lá feliz por estar tudo bem com os olhos, mas também porque me senti verdadeiramente observada e satisfeita de todas as dúvidas que tinha.
E mimada, por alguém que não me conhece e nem tem obrigação disso. Pelo que vi é assim com todos, um amor, que trata as pessoas como seres humanos,  de igual para igual.


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