Penso muito. Acho que o tempo todo. No que vou dizer, no que não vou dizer. No que quero escrever. às vezes sinto as palavras a fluir de tal forma que tenho de as escrever, para as acalmar. Penso, falo, pergunto e respondo. Em dias mais intensos argumento. Digo tudo com naturalidade, sinceridade. Digo tanto que às vezes nem sei bem o que digo. E sai-me mais do que aquilo que sabia saber. Guardo para mim todos os meus momentos, as minhas primeiras vezes, as minhas primeiras conquistas, os meus primeiros afectos, os meus primeiros conhecimentos, os meus primeiros encontros. Guardo o que me foi saboroso. E não quero perder o sabor. E guardo bem. Lembro-me de cada momento adocicado da minha vida. Não lembro sempre de forma propositada, só algumas vezes. Mas na verdade há algo que lembra, há quase sempre algo que me faz lembrar. Estando presente, fico ausente, sozinha no meio de imensa gente numa confusão tremenda, só num silêncio muito meu e delicio-me com o que me sabe bem. Falam comigo e eu respondo em piloto automático, num sim e num não constantes. Num sorriso não falso, apenas de um ser ausente. Que se encontra a degustar o que de mais doce tem de seu. As suas primeiras emoções, excitações, sentimentos. E fico a apreciar. Gosto que cheguem até mim, sem pretensão de chegar. Quando eu menos espero. Sabe-me melhor. Tudo para mim tem sabor. O sabor de conhecer, o sabor de ouvir algo bonito, o sabor de ouvir algo que nos mexe, sem sequer nos tocar. E como é bom. Que mexam connosco sem sabermos bem o porquê. Sem querermos saber se quer o porquê. Queremos sentir, saborear, guardar. Assim gosto eu de me sentir, como se alguém estivesse em mim, não estando. Como se alguém me percebesse, sem que eu dissesse seja o que for. Faz-me ter sede, faz-me ter medo. Sede e vontade de tanto, de tudo mais, que tudo mais é quase nada comparado à vontade que me faz ter. Medo de saberem quem eu sou, eu, e de não ter como me esconder, proteger. Vive-se num misto de querer e receio que se tenha o que se quer. E Gosto de deixar crescer em mim, o que não se vê, mas que se sente. E nisto penso e volto a pensar. E tudo se torna tão compreensível, tão certo, que de errado só mesmo não pensando.  Sou assim como uma pessoa perdida nos pensamentos, consciente da realidade,  deliciada e apaixonada pelo sentir. Por aquilo que me faz sentir. Que me faz ser eu.

Comentários

Anónimo disse…
Quem aqui passa ou quem ja te segue, como é o meu caso, nunca fica aborrecido ou enfadonho, pois as tuas palavras deixam-nos enfeitiçados. Um grande bj Sol
Solana disse…
És um amor!!! Gosto de ti!

Beijo grande

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