Uma sensação indescritível

Entrar, depois de tantos anos, na minha escola primária, para levar o meu filho. Olhar para tudo, sentir tudo tão diferente, mas ao mesmo tempo tudo igual. Outrora uma criança com chapéu amarelo, e vestido rosa num dia, noutro dia de fato de treino (verde) do snoppy, que brincava com a barbie e o seu guarda-vestidos, agora  levava uma criança pela mão. Ontem inauguraram o parque, estava maravilhoso e moderno, e eu só me lembro de todo um espaço, que não era verde, onde se jogava ao pião, ao berlinde, às apanhadas e ao elástico. Onde todos os dias, vinha a avó Bárbara com o seu cesto de verga, vender bolinhos. Memórias boas. E felizmente trocaram o leite, de chocolate duvidoso, para simples e branco. Ainda bem, que os tempos trouxeram coisas boas, e a escola está sem dúvida, mais bonita. Hoje deixei-o na sala, e sai andando pela escola, encontro uma professora, minha amiga de infância e dou-lhe uma abraço, dois dedos de conversa, e o mesmo a outra amiga que é professora. A vida pode muito bem ser isto, conhecer alguém e crescer com ela, brincar, ficar amigo, afastamentos da circunstancia da vida, com o tempo o reencontro, se assim o destino o quiser, e é como se nunca tivéssemos estado longe.  É mágico este viver. Esta mudança de papéis, esta nova responsabilidade. Um filho meu, ser aluno de uma amiga minha. E esforço-me para estar a altura. Que tudo corra bem. Agora e sempre.

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