Acabou-se a paciência que havia em mim

O lado bom, de tudo o que é mau, realmente mau por algumas coisas que passamos, é que perdemos a paciência para coisas de merda. O que é bom. Eu sou pessoa de aturar tudo, de ouvir tudo. Mesmo que não me apeteça, mesmo que ache uma estupidez, oiço, perco tempo. Aceito tudo e todos, como são. E assim deve ser feito, e faço mas já não faço fretes. Ás vezes dava por mim em filmes, que nem acreditava. Dava por mim a ouvir piadas, às vezes de mim própria, às vezes de outros e pensar o quanto a pessoa era parva, ridícula e deselegante.  E ficava calada. Ouvia, por vezes incrédula. Porque antes, antes de não estar cansada como estou, aceitava tudo e todos dentro de mim, do meu mundo, mesmo que não me acrescentassem nada. Como não acrescentam. Mas como sempre fui pessoa de aceitar as pessoas como são, mesmo que me desagrade, pensava sempre, é assim a vida, deixa-a falar, desabafar. Pois que não é. Não é assim a vida, de todo. Temos sim de aceitar as pessoas à nossa volta, como elas são, mas só devem fazer parte da nossa vida, quem nos acrescenta, e não quem anda a fazer mais um. Perdi a paciência, para os amigos da oportunidade, do hoje dá jeito, do hoje isto e aquilo. Perdi. E já não desculpo, já não me calo. Já vejo com olhos de ver. Sem filtros. Não tenho mais saco, nem mais paciência. Não tenho. E sinto que cada vez mais, a vida é minha e só minha, e só entra nela quem eu quero. Perdi a paciência para ser condescendente com merdas que não concordo de todo, porque não quero magoar A ou B. Fartei-me de ouvir merdas. E fartei-me de quem as dizia. Acabou-se a paciência. E acho que é uma coisa boa, porque selecionamos fazer e estar com quem verdadeiramente nos dá gosto, prazer. É todo um outro sabor de viver. Já não tenho idade para merdas, deve ser isso.

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