Coisas boas e outras que me fazem pensar que sou uma peste

Ver gente de outros tempos. Sorrisos e abraços. Recordar muito. Recordar tudo. Recordar todos. O por do sol. O por do sol, é mágico. Passear nas vinhas, roubar uvas. Ir apanhar fruta. Muitos mergulhos. Apanhar banhos de sol. Conhecer pessoas novas. Sentar-me a conversar horas a fio, com pessoas acabadas de conhecer. Ficar horas a falar, com quem me viu crescer e sentir o quanto gosto deles. Ver o piolho a trepar oliveiras. Acordar cedo, vê-lo a sair da porta, descalço e de pijama, para ir ver o que havia para apanhar na horta. Vê-lo subir e descer sucalcos. Dar com ele a penicar uvas, a andar de fila em fila à procura das mais doces. A vontade dele em ir ver os animais. De querer todos os dias ir ver se o porco estava bem (mal ele sabe, coitado). De o ver sentado na mesa de amigos mais velhos, numa tentativa de jogar ao domino e às cartas. De toda a atenção que lhe deram. Do ver livre, a correr, sem qualquer preocupação. Tipo tom sawyer. Do descanso sentido. De vermos, vezes e vezes sem conta o por do sol, ele aninhado a mim. De falar com ele, e sentir o quanto estava contente por estar naquela terra. O medo que perdeu de cães, graças ao Ruca, um pastor alemão, mais doce que mel. Ver o quanto cresceu neste curto espaço de tempo. E agora chegamos, pede para ir para avó, porque está com saudades. Falei com ele agora, e diz-me que quer continuar lá... começo a pensar que sou uma peste. Sacana, pah.

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