Corridocaminhada da mulher

Nunca pensei que fosse tanta gente. Nunca tinha prestado muita atenção. Até este ano já ter participado numa, e ontem noutra. A de ontem é qualquer coisa, vêm pessoas de todo o lado, do país inteiro. Vemos pessoas com fotografias de quem partiu. Ouvimos histórias de quem luta. Vi pessoas que estão na luta. Percebemos que muitos estão lá por outros tantos, e talvez por eles próprios, com receio da incerteza do futuro. Tocou-me muito, muito ver pais com filhos pequenos, que participaram  porque perderam as mulheres para a doença. É um misto de vamos correr, fazer exercício, celebrar a vida, relembrar quem partiu,a dor. É algo ou sentimento que nem sei colocar por palavras. E que me assusta um pouco. Até porque todos têm ou conhecem alguém que passou ou passa pela doença. Mas numa coisa eu acho que que eles conseguiram passar, a mensagem, o celebrar a vida, mesmo que estejam na doença. Não deverá ser tão linear, bem sei. Mas pelo menos tentar. Ou ajudar alguém a tentar. Nós podemos ajudar sempre um amigo, ou tornar-nos amigos de alguém e ajudar.
Num resumo de final do dia, foi um dia porreiro, conhecer pessoas novas é sempre bom. Constatar que a vida é mesmo mágica. E cada vez mais tenho a certeza que nada é por acaso. Conheci uma colega de uma amiga, com os seus 56 anos, com um sentido de humor, fora do normal, apuradíssimo. Para mim, a pessoa com mais sentido de humor que conheci até hoje. Começa séria, nós acreditamos e sai a piada. Perfeito. Uma pessoa que a vida lhe pregou rasteiras, e está ali, como ela diz, deu a volta, temos de saber dar a volta. E é disto que a vida é feita. Ensinamentos e partilhas. Se nuns dias choras, nos outros ris até que a barriga te doa. E a minha doeu. 

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