A beijoqueira

A minha mãe chamava-me assim em miúda. Dizia-me que eu queria beijos a mais. Sou a pessoa do afeto. Da necessidade do toque. Do Abraço, do beijo. Do contacto. Dou abraços ao meu pai quando o vejo, dou dois beijos desde que me lembro de ser gente, o mesmo à minha mãe, mesmo que ela seja mais distante, e que seja mais fria e às vezes pareça evitar. Ainda hoje sou essa beijoqueira, mais retraída e seletiva. E o meu puto sai completamente à maezinha dele. Diz-me ele ontem, Óh mãe, conta quantos beijos eu consigo dar-te...foram 46. Fiquei babada, sim literalmente babada, mas também babada. Para finalizar o abraço, daqueles a sério...que não me fico por menos. Somos feitos um para o outro. Sem dúvida. Coisa boa deste mundo. Que me faz imensamente feliz.

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