Coisas soltas, pedidas, assim como eu

Gosto deste meu canto. Às vezes penso se ele também terá um fim. Como todos dizem, tudo tem um fim. Engraçado mas que não tem graça propriamente dita, eu nunca pensei nisso. Penso que eu e ele conseguimos chegar a um bom acordo. Debito o que me apetece, uns dias mais outros menos. Ele não se recente. Mas sou egoísta, e este canto existe para exorcizar algumas coisas. Serve para falar quando não consigo dizer nada. Dou por mim às vezes num ensaio de textos e penso, vou escrever. É quase sempre assim que acontece. Não há textos programados. O que se lê é o que se sente, quase sempre sem delay. Hoje não foi exceção. Estava aqui sentada no sofá a ver o Matrix, o meu eterno amor Keanu, e com uma dor de cabeça daquelas, começo a pensar que queria escrever e mentalmente debito. São coisas soltas. Tenho um problema, quer dizer vários, mas falemos deste. Eu gosto de falar. E depois não gosto que saibam mais que eu. De facto às vezes não gosto que saibam. Sou boa nisto do guardar para mim. E tenho de pensar em coisas encriptadas para dizer o que quero e para não acontecer o que não quero. Sou completamente atrofiada, é só o que me ocorre. Este fim de semana foi duro. Nem me refiro à noitada, que a menina já não tem 20 anos, aguente-se. Foi duro de sentir. Começou a uma sexta para mim. Tudo planeado, tudo furado. O contrário. Foi duro. Emotivo. Triste. Desamor. Dor. Mágoa. Que isto agora parece uma musica dos Da Weasel, mas não. Decisões. Cansaço. Muito. Ás vezes há coisas que nos ferem muito. Demais. Quando pensamos em arregaçar as mangas, já não há pano. E às vezes sente-se imensamente só. Que isto de falar, cansa. Muito também. Disfarcei. Que não tenho de o fazer, mas por educação e numa inauguração ninguém precisa de mau ambiente. Tentei engolir. Que dor. Que certeza de um fim. E agora o nada. Chega-se a sábado disfarça-se mais um pouco lanche ajantarado. Amigos, novos amigos. Sex Shop. Explicações surpreendentes. Mudar mentalidades. Aliviar. Respirar fundo. Sossegar o peito apertado. Relaxar. Amizade. Cozinhar. Partilhar. Abraços bons e generosos. Beijo na boca. Alguma loucura. Vinho bom. Vinho menos bom. Peru recheado com farinheira feito num forno de pão. Sorrisos. De dentro bem fechado. Cumplicidade que se forma. Brincar. Rir. Sentar no chão. Ligar ao amigo que está no norte em concerto, que sentimos a falta dele na casa dele. Mais abraços e um gosto de ti sentido. Gosto de ti, é sem dúvida a frase que mais utilizo, a frase que está no meu top, taco a taco com o estás a gozar comigo? Meia perdida. Magoada. Guardo no fundo do baú. Copos. Brindes. Madrugada. Sono curto. Voluntariar. Ajudar. Mimar. Dar. Pensar. Falar. Cafés. Fazer balanço. Perceber. E no meio disto dói-me a cabeça como tudo. Queria encontrar a fórmula mágica de fazer e não magoar. Ou não me enganar. Ou não te enganar. Perdida. E só. Divago. E depois vejo programas como a Opinião do José Sócrates na RTP1 e penso...Estamos perdidos, neste país. Quem ouve este homem? Quem? Como é que ele tem direito de antena. Não percebo. Estas coisas distraem-me do resto. E por vezes é muito mais fácil andar distraída. Custa menos. Dói menos. Hoje vejo a casa dos segredos e todas estas coisas soltas na cabeça somem-se. Ou talvez não, pioram. E o professor Marcelo consegue mesmo ler aqueles livros todos? Enfim. Vive-se. Hoje. Amanhã será melhor certamente. Com um sorriso. Custe a quem custar.

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