Castelos

Não venham ao engano, isto não é uma história de princesas. Os meus castelos são daqueles feios, daqueles que metem medo, daqueles que ninguém gosta de viver dentro. Umas pessoas fazem filmes, outras castelos. Por norma, acrescento sempre uma pedra, ou duas de cada vez, sou apressada às vezes exagerada. São pedras pesadas, custam-me pensar mas mesmo assim coloco-as. Nem que seja lá em cima, nem que me magoe. É um vicio duro e parvo por vezes e sem sentido nenhum. Eu construo castelos, e por vezes preciso de alguém que os desconstrua, pedra por pedra, pensamento por pensamento. Preciso porque nem sempre tenho discernimento para o fazer. Embora tenha algum. Por vezes encontro  a pessoa que encaixa em mim, outras vezes não. Quando encontro, é uma sintonia perfeita. Sou eu a construir, com pedras de receio, pedras de medo, pedras de insegurança e a pessoa consegue transformar pedra em pó e aliviar-me o peso. Falo, falo, falo. Pedra menos, pedra menos, pedra menos. Era isto o que me acontecia. Era assim. Era isto que me tornava mais leve, mais feliz, mais compreendida. Hoje, elas  estão a amontoar-se, já vejo o tecto feito.

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