A culpa é do cartão de chamadas ilimitadas

Primeira pessoa do plural: Estou a falar com a Sr.ª Solana, temos um cartão de chamadas ilimitadas para todas as redes, fixo e móvel para lhe oferecer, a custo zero.
Sol: Desculpe, não percebi
Primeira pessoa do plural: Temos um cartão de chamadas ilimitadas para todas as redes, fixo e móvel para lhe oferecer, a custo zero.
Sol: Sim, diga-me tenho de pagar o que? Subscrever o que?
Primeira pessoa do plural: Nada. É mesmo para lhe oferecer
Sol: ....... silêncio e a pensar...estes gajos são uns tangas.....
Sol: Sim, pode enviar. (traduzindo amigo ninguém dá nada a ninguém...deve chegar deve)
Primeira pessoa do plural: patati patata, agradece Patati patata
Sol: Obrigada

 Depois fiquei a pensar naquilo....mas esta gente tem noção do monstro que vão libertar. A custo zero?! E não é que enviaram. E não é que o bicho já está operacional. E não é que já liguei para todos da lista telefónica...mentira esta última parte. Não liguei para todos. Aliás só liguei para um. Esse um que está sempre a implicar comigo, porque sempre que estou a falar com ele, fico sem saldo. E porque ele é meu amigo do coração. E porque já não falava com ele há uma carrada de meses. E tinha saudades, mas isso agora não interessa nada. O bicho estava operacional e a primeira pessoa que me lembro é ele. Ligo e a primeira coisa que lhe digo é: estás tramado! Tenho chamadas ilimitadas, agora não te largo. Rimos, rimos muito a bom rir. Não falava com ele há meses e parecia que tinha sido ontem. Parecia que estava a retornar uma chamada dele. Falámos. Dissemos parvoíces, piadas. Damo-nos bem. Muito bem. E é isto que é ser amigo. Nunca sentir distanciamento, apesar de existir fisicamente. Sentir que a pessoa está sempre perto de nós, que é sempre amiga, que pertence à nossa vida. É muito bom.  Isso e claro, ter um cartão de chamadas ilimitadas.

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