Vivo num mundo, que não é o meu

Receber respostas negativas de grandes marcas, quando o pedido, é basicamente para receber alimentos, para matar a fome a alguém, deixa-me triste. Não é preciso colocar floreados. Há pessoas a passar fome. Alguns se calhar chegaram lá, devido a alguma irresponsabilidade e outros pelas variadas razões desta vida. Não é o meu foco. A minha principal preocupação, é ter conhecimento de crianças a passar fome. É saber. E não saber viver com isso, sem fazer alguma coisa. Tenho de fazer algo. Depois de nos apresentar, de certificarmos à entidade em questão, que tudo chega à criança/idosa/família, a resposta é não. Sempre não, porque já têm os valores publicitários orçamentados. Publicitários. Coitadas destas crianças, que dependem de uma publicidade. Tememos que a fome não espere, por não sermos conhecidos. Depois percebo, toda uma realidade e não falo das carradas de comida que as grandes instituições recebem e desaparecem, porque não conseguem controlar tudo, falo dessas grandes marcas enviarem produtos a famílias, que podem comprar. No caso de quatro filhos, recebem 4 produtos. Famílias que tem como comprar, que se calhar nem gostam daquele produto, mas como têm um blogue, ou facebook com não sei quantas visitas, recebem. Aqui, embrulha-se o estômago. Respondi a alguns, e sei que o email de contacto foi para a caixinha do lixo. Mas as crianças que passam fome, não cabem nessa caixinha do lixo. Não cabem em lado nenhum, que não num mundo onde não exista fome, e exista compaixão. As grandes marcas, que são detentoras de todas as outras, desiludem-me, por terem tão fraca resposta no que se refere à responsabilidade social. Por entregarem tudo a uns e nada a outros. Desiludem-me por não quererem saber mais, por não querem conhecer, por nem sequer colocarem um talvez. Talvez porque não damos lucro e não sejamos conhecidos. Falo nas grandes marcas, porque as pequenas, quiseram saber. Porque se interessaram. Porque querem ajudar. E ainda me perguntaram "D. Sol qual é a vossa expectativa, o que desejam receber", ao que respondi " Sr. Bondade, não temos uma expectativa criada, porque sabemos o quanto é difícil arranjar ajuda, para um projecto desta dimensão, quanto mais exigir isto ou aquilo. Aceitamos o que acharem por bem contribuir." não poderia deixar de ser sincera. Vivemos num mundo, estranho, num mundo, onde fazer dinheiro é o que mais importa. Sempre o lucro. Bem sei que não podem ajudar a todos, mas ver assim tão mal distribuído, faz-me confusão. Isso e os supermercados deitarem as quebras para o lixo, quando os próprios empregados, alguns passam necessidades graves. E a resposta eu ajudo X e já está bom, é dispensável.

Adenda: As grandes marcas que referi, não englobam a Danone. A Danone, não levantou qualquer questão. Deu-nos um número, que era um pedido e local para levantar os iogurtes. E somos muito gratas. Sabemos que a Danone, divide por várias instituições e a quem solicitar ajuda. Tendo em conta as datas, têm dias e horários para o efeito.

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