Preciso de psicoterapia

A sério!
Eu não consigo lidar com a falta de afecto da minha mãe. Não há dia em que não pense que fui adpotada. Não há um dia.
Sempre discutimos, sempre tivemos ideias diferentes. Sei que nem sempre tive um bom feitio e nem sempre fui a  mais compreensiva.
Mas caramba, a falta de amor por um filho faz-me confusão. Faz-me ainda mais confusão a diferença entre filhos. A minha mãe claramente prefere o meu irmão, tudo é para ele.
Do género, esta casa é do teu irmão tu já compras-te a tua. Mudei de casa e na transição de uma para a outra, fui para casa dela...passado uns dias disse que tinha de ir embora porque tinha de ir pintar a casa...engraçado só disse a mim, porque o meu irmão ainda levou a namorada para ir viver lá. Tive de andar à procura de abrigo e se não fossem os amigos o que seria de mim.
Passaram os meus anos e não disseram nada, fui operada e não disseram nada. Normalmente eu até estava habituada à falta de afecto da parte dela, porque o meu pai compensava. Deixou de compensar. Não sei como todos deixaram de falar comigo.
As pessoas até pensavam que a tinha tratado mal, porque só poderia ser a razão para me por fora de casa. Pois...eu não fiz nada.
Ainda bem que o meu marido acompanhou tudo e é como se fosse prova provada que se passaram todos da cabeça.
Depois ligou-me e como quem não quer a coisa a perguntar-me porque não lhe falava...depois de muitos meses de psicoterapia, porque não soube nunca digerir esta diferença ou preferência de filho, respondi-lhe  e não me calei.
Posso falar com eles, mas nunca me vou esquecer do que me fizeram. A partir daí era eu para tudo, eu para ir ás consultas, falar com médicos, tudo...o filho pródigo não tinha tempo.
A minha mãe perdeu a visão e tive de ser eu a chegar à frente em tudo, tudo. O meu marido não percebe como ainda faço tantas coisas, depois do que me fizeram...ao que eu respondo: O que posso fazer agora? virar as costas. Não vou virar as costas, como me fizeram a mim. Nem pensar é desumano.
Como sou a má filha, não alinho em filmes de lamentação e chantagem emocional, sei que deve custar muito, mas temos de levantar o animo. Se não fosse eu, a minha mãe  hoje estaria acamada. Graças a mim, faz a vida dela, tem empregada, fazem-lhe as refeições, está sempre tratada e arranjada. Graças a mim, não fica sózinha um único minuto. Tive de organizar fins de semana alternados, porque se não era sempre eu...de 15 em 15 dias deixo o meu filho e o meu marido e vou para ao pé dela. Quando lá chego, tenho as minhas tarefas estipuladas e enquanto não as fizer...ui...
Não gosta da forma como eu faço chá, como barro as torradas, como torro o pão.
Durante o banho, está quente, está frio, sou bruta, não limpo bem.
Já lhe disse, mas eu não venho para aqui para fazer-hle companhia? não quer conversar...fecha-se no quarto ou vai até à vizinha. Eu que trabalhe o que está estipulado...porque não estou ali para conversar...
Fala-me mal e à frente dos vizinhos parece uma santa. Fala do neto e quando o vê é zero de atenção.
Hoje e por isso estou que nem posso, falei-lhe da festinha do Tiago, disse logo, não contes comigo... Não seria uma felicidade para uma avó estar incluida na vida do neto? ela não...respondi-lhe: Você é que sabe.
A sério já não sei o que dizer. Fico desolada.
Sofre, não digo que não. Mas o tempo todo a dizer que quer morrer, que a vida isto e aquilo....é demais. Todos nós temos problemas.
Que merda de começo de dia...a minha psicóloga bem disse que tinha de deixar de ir lá todos os dias...mas não há mais ninguém para a tratar...nem o filho pródigo. Felizmente tenho alguém ao meu lado que vê as coisas como são, porque maior parte do tempo eu penso "bem, devo ser mesmo má pessoa".
Por isso é que eu não tenho afinidade com o meu irmão, passo meses sem falar com ele. Porque graças à minha mãe e ao facto de ela o por sempre contra mim, há um distânciamento, lamento que ela nunca tenha percebido isso. O filho dela é ele, eu sou aquela que apareceu para lhe prejudicar a vida.
Enfim, hoje estou triste.

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