Molho de brócolos!

Chateia-me ver publicações sobre o quanto deveríamos ignorar o outro, porque o outro é isto ou é aquilo. Chateia-me que agora, todos sejamos tóxicos para todos. Ninguém parece ter realmente tempo para ouvir outro… mas ouvir mesmo. Desculpa-se sempre e pensa-se “Eu agora estou bem, não quero essa gente perto de mim”. Essa gente. Eu oiço isto e até me arrepia. Serás tu boa pessoa? Conscientemente coloco aquela pessoa na categoria, vales zero. Não conta, riscou. Não gosto de gente que não sente. De gente que não é humilde e que não se coloca no lugar do outro, que nem se esforça. Gosto de gente que dá abanões, de gente que coloca o outro a pensar, sem humilhar, sem magoar. A vida não é de todo, sempre um mar de rosas. E penso que assim é o certo. Se já não damos valor a nada...se tudo fosse perfeito, era o fim. Eu passei a ser das pessoas que minto. E eu que dizia que não o fazia, mas faço. Porque não quero incomodar. Não quero que as pessoas me considerem má onda, não quero que me considerem tóxica, não quero que façam julgamentos do que sinto, de atitudes, sem saberem. E torno-me naquilo que todos se queixam. Uma pessoa que mente, que não partilha nada dela, que seleciona. Hoje sei e seleciono com quem falo e o que falo. E penso que ficamos todos a perder. Hoje tive notícias das boas. Mesmo boas. Segundo as pessoas de categoria vales zero, eu não falaria com esta pessoa há um ano. Mas para mim a amizade, o amor pelo outro vai mais além que copos, petiscos, voltas no parque. Vai sempre pela busca de ajuda ao próximo, vai pela alegria conquistada através dos meus amigos, por ver o amor vencer, sempre. Hoje um ano depois, vejo uma mulher a partilhar algo de muito bonito. Passou um calvário, mas a vez dela chegou. E eu, não estive só na tristeza, mas também estou na alegria. E fico imensamente feliz. Os da categoria vales zero, não sabem o que isso é. Não sabem o que é ver os que amamos felizes. Não sabem porque só se vem a eles ao espelho, só se amam a eles próprios. Eu estou bem. Eu. Eu. Eu. Não crítico, mas vou criticando, vou colocando de lado. Vivo num molho de brócolos. Basicamente. Tento dar o meu melhor. Minto, não mostro o meu pior. Vivi um fim-de-semana maravilhoso, em que guardei todos os abraços para mim. Nunca recolha secreta de energias. Usamos calão. Está fo. Tudo fo. Mais que fo. Fo bum. Rimos.  E está bem assim. Olhamos no olho, abraçamos e sorrimos. Porque aqueles são os meus. Os que estão na categoria valem tudo. E isto faz-me um bem desgraçado. Partilhas de amiga que me conta tudo porque não sou pessoa de invejar e sim de comemorar. Amar os nossos amigos, é do melhor que temos na vida. Este fim-de-semana vi muitos amigos meus a serem felizes. E eu pude fazer parte disso. Vi um amigo meu, um paizão de um miúdo autista, brilhar sem o saber. Limitou-se a ser. Tenho-lhe um orgulho desmedido. É dos duros, que só ele sabe o que tem dentro dele. Ele e eu. Foi um fim-de-semana em que disse a muitos que gostava deles. Disse que eram pais maravilhosos, peguei em todos os rebentos que pude. Tirei mil fotos e mais tivesse tirado. Fiquei a pensar que a vida, podia ser só bem aquilo. E como em tudo o que me faz feliz, eu corto. Corto e penso, bolas que vou morrer e é por isso que isto está a correr assim? Há em mim uma dificuldade na permissão de ser feliz. Tenho de ter sempre medo, receio. Já li um pouco sobre o assunto. Sei que não sou a única. Nada que uma psicoterapia não ajude. Nada que um bom amigo não resolva. Eu não tenho a mais pequena dúvida que os nossos amigos, os nossos, os que nos amam e nos aceitam como nós somos, são os nossos terapeutas. E se hoje não têm paciência, amanhã terão. A amizade deve ser mantida, cuidada, amparada e tratada. Assim é o amor. Hoje depois de um almoço bonito, onde ouvi tanta coisa bonita, corria em mim um rio. Mas hoje não era o meu dia. Hoje era o da pessoa e mesmo que corra um rio, sinto-me flutuar. Amar os outros faz-me um bem tremendo, faz-me flutuar, sentir raios de sol na pele. Ver os outros felizes faz-me sentir verdadeiramente feliz. Correm muitos rios em mim guardados no silêncio, protegidos num sorriso honesto. Oiço quem precisa muito de falar sobre amor. E eu espero, e sei esperar, porque sei que um dia o meu rio, correrá para um mar imenso de gente pronto para me segurar.
Daremos sempre as mãos. E seremos sempre assim, uns dos outros. Cada um no seu tempo. Porque ninguém é mau, ninguém é tóxico. Somos todos gente que precisa de amor, colo e um bom cafuné. E claro, um mini descapotável de cabelos ao vento.
Hoje, como em todos os dias disse ao meu filho que o amava imensamente, que não cabia no coração o que sentia por ele. Quando questionei se ele sabia…ele diz…bem mãe, eu não sabia que era assim tão grande, mas agora sei.
Hoje foi assim, ia super anisoso para uma nova fase, e sei que não nada melhor que o amor que nos têm, para ajudar a enfrentar tudo.
Amo-o imenso.
Amo-vos hoje e sempre aos melhores que estão comigo.
Amo a minha mãe, que tanta falta me faz.



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