As Mulheres do meu norte, sao uma só

Encontrei por acaso, uma página no facebook, de um lar, que existe na terra dos meus pais. As coisas evoluem, e já todos me aparecem à frente dos olhos, sem precisar de esperar um ano para os ver. Vejo muitas, que de relance poderiam ser muito bem, a minha mãe. Todas tem os mesmos traços. Os mesmo jeitos, os mesmos costumes. Não as reconheço todas, mas sei que são todas do mesmo berço, do mesmo lugar que as une. As mais graciosas são as de idade avançada, de xaile preto, roupa preta, brincos de ouro, pele enrugada e muitas vezes marcadas. Foram vidas duras, sem direito a estudo. Foram vidas de luta, de levantar antes do sol, e deitar depois dele. Foram anos de privações. Anos duros, de chuva, neve, granizo. De muito trabalho na vinha,  no campo, em casa em prol da família. São mulheres muito calejadas. Mas de sorriso tímido, outras completamente escancarado. Há mulheres lindas, grandes mulheres, que a vida por mais dura que tenha sido, não as derrubou. Olho para elas, agora perto, mas longe, e orgulho-me de ver mulheres assim, que o tempo não perdoou, terem o que é delas por direito. Vejo-as na hidroginástica, vejo-as a aprender a escrever, vejo-as a passear, a aproveitar a vida com tudo de bom que ela tem. Vejo que a vida agora tornou-se mais doce. E nasce em mim, uma felicidade tremenda. E sinto orgulho, por ver miúdas novas, casais novos, que não fogem para a cidade, arregaçam as mangas e a lutam para que uma aldeia não morra, a aldeia e as suas gentes. 

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