Quando sopra uma brisa, aparece o amor e eu sou feliz

Já é a segunda pessoa, que me diz, que se lembra das minhas palavras, coisas que digo, como se tivesse a visão do futuro. Não sou vidente, nem aspiro ser. Para mim, há coisas que funcionam de uma certa forma, que nem sei explicar, mas que para mim funcionam assim. Para mim, o que tem de acontecer, acontece. Estejas tu confiante no teu não, que contigo nunca vai acontecer, acontece. Dás voltas, e voltas, de mão dada com as voltas que o mundo dá, e encontraste exatamente na posição propicia para que tudo o que antes dizias que não, acontecer. E acho que o amor quando acontece, não escolhe pessoas, não escolhe situações, não se impõem. Sente-se. E quando se sente, tudo converge. Quando se sente, tudo acontece com naturalidade. Porque o amor é algo de natural, algo que está na nossa pele, algo que corre em nós, que nos coordena, que nos leva a ver e a viver, o que outrora não teria significado. Esta pessoa, que sempre a senti infeliz, apesar do amor que vivia, apesar de adorar o namorado dela, sabia que era infeliz. Sempre lhe disse isso. Sempre lhe disse, que o amor não é algo rígido, não obriga, não nos deixa inconfortáveis e de cabeça pesada, inseguros. Sempre lhe disse que havia nela uma lacuna e sabia que um dia alguém a preencheria. Sabia que seriam realizados todos os sonhos dela, porque ela também o merece. Disse para esquecer as regras do namorar, casar, ter filhos, por esta ordem. O amor não se rege algo ou alguém. O amor rege-nos. Ela encontrou o amor. Com o sofrimento de quem eu gosto, mas a vida é sempre assim. Ela encontrou, o que eu acho raro, quase impossível de alcançar, a sua alma gémea. Eu, hoje, quase que não acredito. Só não deixo de acreditar, porque há pequenas lanternas que se acendem, neste caminho enevoado. Ela é genuinamente feliz. É ela própria. E o sermos nós próprios numa relação, é viver o amor. Hoje, ligou-me. Está grávida. Soprou uma brisa em mim, de felicidade. Sinto-me genuinamente feliz por ela, por saber que era o seu sonho e porque o estava a realizar. E ri-me quando me disse, que se lembrava do que lhe tinha dito, e que afinal não se casara primeiro. Disse-me que tudo lhe parecia perfeitamente natural. Que sempre desejou um filho, com muito amor, feito de muito amor. E aconteceu. E penso que é isso que deve ser um filho. E faz-me sorrir. Como a conheço, também deve estar com um sorriso de orelha a orelha. E estou tão feliz por ela. Já combinamos lanche, para ela ver o meu índio, e para eu conhecer o dela, na sua proeminente barriga. E esta boa noticia, adocicou o meu dia. E sou-lhe muito agradecida por isso. Por receber estas brisas de amor, que me deixam confiante num futuro feliz, mesmo que não o meu. Num futuro em que o amor, e só o amor, faz sentido.

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