MARCH IS FULLY BOOKED
Completamente. Março é o meu mês do ano, que mais aniversários tem. Só hoje são 8 amigos. Amigos presentes, ou de outros tempos. Hoje são 8. Ontem soube de mais dois. Sem dúvida, que Março, é o mês! Mas hoje, não descurando todos os outros é o dia da minha querida e adorada amiga C. Hoje é o grande dia dela, com um 40 bem redondo. Já falei dela aqui inúmeras vezes, mas nunca é de mais. Ontem falávamos ao telefone, porque somos assim, não esperamos pelo dia, ligamos quando nos apetece. Disse-lhe que estava a ficar velha, e rimos. Rimos porque ela diz que não o sente, e eu porque não o vejo. Rimos que nem tontas. E rimos, rimos de tudo. E também lamentamos coisas menos boas, desta vida, que não perdoa ninguém. Hoje é o dia dela. Um dos dias mais importantes para mim. Quando estava distante dela, lembrava-me sempre, sempre deste dia, o quanto ela era importante para mim. As pessoas que se entregam a nós, como verdadeiramente são, nunca, jamais serão esquecidas. Fomos despidas de tudo, uma para a outra. Fomos duras, frias, umas bestas. Fomos do mais verdadeiro que há. E por isso, por isso a amo muito. Amo muito, tudo aquilo que ela é e tudo aquilo que foi para mim. É assim que se se constrói algo. Fundamos a nossa vida, nos defeitos e nas qualidades dos outros. Fazemos parte deles, porque eles fazem parte de nós. E a partilha desta verdade, a partilha da essência, faz como que sejamos especiais, como ela é para mim. Essas pessoas, nunca se esquecem. Não são poucas as vezes, que vejo a minha C., diferente. A vida mudou-a. Como muda a todos. Mas mudou muito ela. Mesmo. E às vezes, tenho um medo secreto, de não ser suficientemente boa para manter esta amizade, de não ser suficiente para ela. E não quero que me esqueça. Não a quero deixar partir de mim. Porque a amo e porque é uma das pessoas que mais falta me faz. Porque quero que sejamos para sempre. Ainda ontem falámos que se fossemos vizinhas, aquela hora estávamos juntas, de robe vestido, a comer pão com nozes, e a beber café. Vejo-me perfeitamente a atravessar a estrada em direção à casa dela, coberta de neve, eu vestida de robe, entrar na casa e enfiar-me na cama dela. Deitar-me, sorrir, rir. Falar. Ouvi-la. De bebermos um café tarde. Vejo-me perfeitamente deitada na relva a olhar para o céu. Vejo-a a chorar e abraçada a mim, a chorarmos numa partilha do que sentimos. Tenho saudades dela, fisicamente. Porque sou de contacto. Falar só, não me chega. Eu sou da equipa do tocar. E sinto saudades enormes de todos os poucos abraços que lhe dei. Tenho saudades de deitar a cabeça, contar-lhe as minhas angustias, os meus sonhos e ouvir conselhos, como fiz algumas vezes. Queria Ouvi-la. E estar com ela. Gostaria muito, se pudesse, estar este dia com ela. Gostaria muito, muito de poder estar fisicamente de a abraçar. Sei que estou presente de outra forma, porque sou uma pessoa dedicada e faço por isso. São os 40 dela. Que bem podiam ser os 20. É uma das pessoas mais ativas, mais apaixonada pela vida que conheço. Desde sempre, desde que a vida lhe foi menos boa. E sempre que não lhe deu tréguas, estive lá. E sempre estarei. E é isso que eu quero muito que ela saiba. Que gosto muito dela, para lá de muito. Que tenho muito orgulho dela, muito. Um feliz dia minha querida, contudo o que mereces e muito mais. Amo-te muito.
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