Abraça-te à mamã

Foi o que lhe disse, eram quatro e tal da manhã. Acordou a chorar. Soluçava. Contava-me que tinha tido um sonho mau, que eu tinha ido embora e não o levava. Tentei tranquilizá-lo e perguntei se querida um bom abraço. Disse que sim. Deitou-se quase em cima de mim, num abraço muito nosso. Eu meia sonolenta, afagava-lhe o rosto e dava-lhe beijinhos. Disse-lhe que estaria sempre com ele, e que nunca o abandonaria. Que era impossível deixá-lo, porque o amo muito, porque somos um só, um grande amor, o verdadeiro. Mas no fundo sei, que ao pensar no dia que tiver de partir, o facto de o deixar só, já me deixa devastada. Angustiada. Meu rico filho. E que saudades dos meus abraços. Os que recebia. É verdade sim, isso que pensas, tu que me lês. Sou uma lamechas do pior. Sou tonta, medrosa e receosa. Sou assim mesmo, imperfeita. Sou assim, mas sou honesta comigo própria.

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