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"Semiose E Soutiens (uma short story)"
O certo é que ao chegar a casa o
soutien, mais cedo ou mais tarde, era tirado, num daqueles
contorcionismos que as mulheres fazem em que o soutien sai de baixo da
roupa sem se despirem todas nem mostrar as mamas, e acabava por ficar
ali, algures por cima do sofá ou nas costas de uma cadeira, pendurado
num toalheiro ou num cabide atrás da porta. A casa enchia-se de
evidências de que ali morava uma mulher, e não uma mulher qualquer, mas
sim aquela, e mais que isso enchia-se de recordatórios, de sinais, de
tecido que recorda carne, de roupa que faz lembrar mamas; o acto de
despir para estar livre e o facto de estar livre para despir.
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