É isto!
" A cabeça rapada de Laura
Alguns jornais e revistas publicaram fotografias da visita de Pedro Passos Coelho a Cabo Verde e à Guiné, nas quais o primeiro-ministro surgia ao lado da sua mulher.
Estas declarações falam por si, e não vale a pena estar para aqui a indignar-me – Ana Sá Lopes já o fez admiravelmente num editorial do jornal i. O que eu gostava é de chamar a atenção para a forma como certa esquerda se apressa a atirar pela janela valores que lhe são caros desde que isso dê jeito para atacar a jugular do odioso primeiro-ministro. Amor ao povo? Esqueçam: o povo é um bando de imbecis que troca a oposição pela coligação mal vislumbra Passos Coelho ao lado da mulher careca. Quatro anos de austeridade e sofrimento? Sim, e do mais terrível – só que adoça escandalosamente quando confrontado com a alopecia. Independência da comunicação social? Porreiro, pá, só não se percebe por que o primeiro-ministro não impediu que as fotos saíssem no Correio da Manhã. Emancipação da mulher? Sem dúvida, mas é constrangedor que “Laura Passos Coelho” (assim chama Sérgio Lavos a Laura Ferreira) assuma “de modo tão despudorado uma doença tão dramática”. A careca é um exclusivo masculino – e mulher casada é para usar o apelido do marido.
A sempre tão liberal esquerda, mal fisga uma oportunidade para atacar Passos Coelho, adopta uma postura digna do mais misógino marialva. Nenhuma destas insignes personagens sequer coloca a hipótese de Laura poder ser alguma coisa que não uma extensão do primeiro-ministro. E muito menos ela estar simplesmente a querer enfrentar o estigma da “doença prolongada”, a assumir orgulhosamente o combate ao cancro ou, até, a ajudar outras pessoas com o seu exemplo. É pena que gente como Estrela Serrano, que já mostrou ter tanta paixão pela presunção de inocência, se dispense de a aplicar neste caso. Existindo sempre a hipótese, por mais ínfima que ela a considere, de aquelas fotos não terem sido uma encenação, mandaria o pudor e o bom-senso não arriscar uma interpretação cínica, malvada e asquerosa de um gesto que pode ser apenas profundamente meritório e digno."
Aqui.
É de lamentar, a forma como as pessoas fazem julgamentos deste tipo. Uma pessoa que tentar encarar uma doença trágica, assustadora, de forma normal, como se isso alguma vez fosse possível...mas tenta.
Até parece que a pessoa têm de se esconder, porque tem cancro. Ou seja, só pode aparecer e acompanhar o marido se estiver saudável!?!?
Não percebo.
Não será esta uma excelente forma, de mostrar a quem passa pelo mesmo, que a vida não se resume só a doença? Não será uma forma de mostrar, que a doença não pode ser maior que a vontade de viver? Que a doença, não condena a vida que têm? Que há que encarar, e viver a vida que tinham, até então?
As pessoas perdem-se neste mundo maledicente. Estão a perder o essencial da vida, o foco. Que lamento.
Alguns jornais e revistas publicaram fotografias da visita de Pedro Passos Coelho a Cabo Verde e à Guiné, nas quais o primeiro-ministro surgia ao lado da sua mulher.
A novidade era esta: Laura Ferreira, que tem
vindo, como se sabe, a travar uma luta contra o cancro, surgia nas fotos
de cabeça rapada. Isso chegou e sobrou para serem produzidas algumas
declarações de abismar por parte de gente que detesta de tal forma
Passos Coelho que o ódio passou a ocupar quase toda a caixa craniana,
deixando muito pouco espaço para a inteligência, para a sensibilidade e
para a empatia.
João Quadros, subtil como só ele, destacou-se em grande. Primeiro tweet: “Se usa a careca da mulher para tentar ganhar eleições, o que não fará connosco.” Segundo tweet:
“O primeiro-ministro que rebentou com os tratamentos ao cancro serve-se
dele para se tornar popular. Só falta mandar a Laura para a fila do
centro de emprego.” Sérgio Lavos, blogger e militante do Livre:
“Quando olhei para as fotografias confesso que senti algum
constrangimento ao ver alguém assumir de modo tão despudorado uma doença
tão dramática (…) [Mas] o que eu critico é outra coisa: Passos
aparentemente não fez qualquer esforço para evitar que as fotos saíssem
no Correio da Manhã.” Estrela Serrano, adoptando um tom
professoral: “A mediatização da doença de Laura Ferreira (…) presta-se a
uma leitura política, sobretudo em época pré-eleitoral (…) Quanto ao
jornalismo, é eticamente reprovável, embora seja cada vez mais
corrente, a instrumentalização da doença de uma figura pública.”Estas declarações falam por si, e não vale a pena estar para aqui a indignar-me – Ana Sá Lopes já o fez admiravelmente num editorial do jornal i. O que eu gostava é de chamar a atenção para a forma como certa esquerda se apressa a atirar pela janela valores que lhe são caros desde que isso dê jeito para atacar a jugular do odioso primeiro-ministro. Amor ao povo? Esqueçam: o povo é um bando de imbecis que troca a oposição pela coligação mal vislumbra Passos Coelho ao lado da mulher careca. Quatro anos de austeridade e sofrimento? Sim, e do mais terrível – só que adoça escandalosamente quando confrontado com a alopecia. Independência da comunicação social? Porreiro, pá, só não se percebe por que o primeiro-ministro não impediu que as fotos saíssem no Correio da Manhã. Emancipação da mulher? Sem dúvida, mas é constrangedor que “Laura Passos Coelho” (assim chama Sérgio Lavos a Laura Ferreira) assuma “de modo tão despudorado uma doença tão dramática”. A careca é um exclusivo masculino – e mulher casada é para usar o apelido do marido.
A sempre tão liberal esquerda, mal fisga uma oportunidade para atacar Passos Coelho, adopta uma postura digna do mais misógino marialva. Nenhuma destas insignes personagens sequer coloca a hipótese de Laura poder ser alguma coisa que não uma extensão do primeiro-ministro. E muito menos ela estar simplesmente a querer enfrentar o estigma da “doença prolongada”, a assumir orgulhosamente o combate ao cancro ou, até, a ajudar outras pessoas com o seu exemplo. É pena que gente como Estrela Serrano, que já mostrou ter tanta paixão pela presunção de inocência, se dispense de a aplicar neste caso. Existindo sempre a hipótese, por mais ínfima que ela a considere, de aquelas fotos não terem sido uma encenação, mandaria o pudor e o bom-senso não arriscar uma interpretação cínica, malvada e asquerosa de um gesto que pode ser apenas profundamente meritório e digno."
Aqui.
É de lamentar, a forma como as pessoas fazem julgamentos deste tipo. Uma pessoa que tentar encarar uma doença trágica, assustadora, de forma normal, como se isso alguma vez fosse possível...mas tenta.
Até parece que a pessoa têm de se esconder, porque tem cancro. Ou seja, só pode aparecer e acompanhar o marido se estiver saudável!?!?
Não percebo.
Não será esta uma excelente forma, de mostrar a quem passa pelo mesmo, que a vida não se resume só a doença? Não será uma forma de mostrar, que a doença não pode ser maior que a vontade de viver? Que a doença, não condena a vida que têm? Que há que encarar, e viver a vida que tinham, até então?
As pessoas perdem-se neste mundo maledicente. Estão a perder o essencial da vida, o foco. Que lamento.
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