É o amor que nos move, a fé que nos salva! O acreditar, deve existir e ser para sempre!

Eu sou um produto mal amanhado, ponto final. Quero ter certezas de tudo. Preciso de as ter todas, e em relação a tudo. Criei a ideia que assim sofro menos, que assim estou preparada para o que der e vier. Se tiver tudo controlado, estou a salvo. Enganei-me.  Engano-me todos os dias. Mas todos os dias tento fazer o meu melhor, nem que seja pouco aos olhos de muitos. Na verdade não controlo nada, ou quase nada, a vida acontece. E é complicado gerir essa frustração. As minhas crenças, a minha forma de estar na vida, o amor, a felicidade de encontrar alguém, em parte destas coisas, como as vejo,  deve-se muito à gigantesca industria cinematográfica americana. É verdade. Perguntava-me "Mas não era só casar, ter filhos e ser feliz para sempre?" A resposta é sim, mas nem sempre, ou talvez não. Desde pequena que aprendi inglês sozinha, de tantos filmes que vi. Sempre fui curiosa. E vi de todos os géneros, desde tenra idade. Sou uma fã de filmes românticos ou de fantasia, assumo, e às vezes alguns são maus que doem. Mas gosto de fantasiar. É um defeito para muitos, que eu  não o sinto como tal. Vejo, revejo e choro. Gosto muito do que me fazem sentir. Do que me fazem pensar. Sim, muitos deles podem não ser realísticos, podem até toldar-nos a visão da nossa realidade. Todos sabemos que não existem fadas, que contos de fadas então são raríssimos. Todos sabemos, mas não queremos realmente saber, eu assobio para o lado. Queremos na verdade fantasiar, queremos imaginar. Queremos a fantasia no seu melhor, explorar o nosso imaginário sem limites. E acho que isso não tem nada de errado. Não tem nada de errado querer um grande amor, da forma X ou Y. Querer um grande amor, contra tudo e todos. Não tem nada de errado, achar que a vida nos pode proporcionar a nossa alma gémea. Não tem nada de errado se tivemos de passar por mil casamentos para o ultimo dar certo. Não tem nada de errado casar aos 70 anos. Somos adultos. Sabemos que a realidade poderá não ser bem assim. Sabemos a diferença entre ela e o imaginário, mesmo que custe. Mas a vida, para mim,  não se faz só com a realidade, a vida faz-se também sonhando, acreditando no imaginário, fantasiando, nem que seja para descansar da dureza da vida. Porque só assim se vive esperançoso de algo bom, algo que te acalente. Porque assim se vive menos mal, desde que se consiga gerir as emoções. Não se acredita, mas deseja-se que aconteça, porque somos merecedores e a felicidade devia chegar a todos, e não em doses moderadas. Eu devoro comédias românticas. Eu gozo com comédias românticas más. Mas gosto delas. E sei que por todas as histórias de amor bem sucedidas, não me encaixam muito bem toda as histórias de amor que não sucedidas, apesar de saber que existem. Tenho sempre a esperança. Faz parte de mim essa esperança, como fosse um apêndice. E suspeito que irá fazer sempre. Sempre. Mesmo que não tivesse acesso a romantismo, que fui devorando durante anos. Eu acredito sempre em algo de bom, para lá do horizonte. Por mais turva que seja a minha visão. Mesmo que não o veja num dia, estará lá no outro. É por essa esperança que tudo se torna mais leve, mais fácil de suportar. É no desejar, é na esperança que nasce a minha força. O achar que o amar/acreditar é o bem mais precioso de sempre. O filme que deixo aqui é mais um filme desses. Produto americano, que por x mais y é um filme de sucesso de bilheteira, ou filme de domingo à tarde, ou sei lá mais o que. Para mim, é um filme bonito, que me fez chorar,  que retrata o desespero dos pais, da possivel perda de uma vida, de um filho. Mas mais do que isso. Por ser uma história verídica, trata-se de existir efetivamente um milagre. O acreditar que milagres acontecem. Eu bem sei que os milagres não acontecem quando desejamos, como magia. Sei perfeitamente o quanto é fácil desacreditar-se de tudo. O quanto é mais fácil entrar numa espiral, e mandar tudo ao ar. Mas este tipo de filmes, dá-nos aquele frio na barriga,  dá-nos a esperança, ria em nós duvida da possibilidade de haver um milagre. E eu acredito sinceramente que se a mensagem de esperança, chegou até nós, já valeu a pena  terem existido filmes deste género. Seja um bom ou mau filme, se ele te deixou algo, cumpriu o seu propósito. É bom que as coisas nos façam pensar, nos façam sentir. Seja um filme ou um livro. E apesar da vida ser crua e dura,  apesar de arriscarmos alguns dos nossos ideais em função de algo que presumíamos certo, não faz de nós seres menos corretos, verdadeiros, menos merecedores da felicidade, do amor, da esperança. Por mais que façamos coisas erradas, às vezes a vida acontece e temos de aceitar. Por vezes é assim, incontrolável. Mas nunca é errado o que sentimos, se o sentirmos verdadeiramente, se honrarmos a nobreza do sentimento. Se formos sinceros e honestos com nós próprios. Errado é desvalorizar-se o que se sente. É querer deixar de sentir. Sobrestimar um sentimento, que se espera há muito. Milagres de facto acontecem. Não na medida que desejamos, mas acontecem. E é esta a esperança, que filmes deste género trazem. Apesar de toda a máquina cinematográfica e se calhar não era este tipo de mensagem que se  pretendia,  mas para mim, é o milagre, a esperança, que estão ali latentes. Mesmo que tudo esteja contra nós, ele acontece, o milagre. O acreditar que ele existe é simplesmente mágico, maravilhoso, reconfortante.





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