1 mês

Passou um mês. Mantive-me ocupada, para não me lembrar, como se fosse possível esquecer. Aliás, pediste-me para não te esquecer. Ás vezes penso, porque me terás dito isso. Achavas por acaso que te ia esquecer? Sentias que não te amava o suficiente? Achavas que não eras de extrema importância para mim? Penso nisto algumas vezes. E sim, por vezes penso de mais. Mas penso. Penso quando disseste que levavas o mano no coração e eu para não te esquecer. Sabes, sinto que não fui uma boa filha. Sem lamechas e tretas, mas é o que sinto. Acho que podia ter evitado chatices, discussões. A culpa também é minha de não ter dito o quanto gostava de ti. Só o comecei a fazer mais para o fim. Agora percebi o quanto é importante, verbalizar o quanto se ama alguém. Nunca, nunca é demais dizer o quanto gostamos, ou amamos aquela pessoa. Era e sou uma pessoa de pelo na venta. Para outros uma mimada. Para outros, outras tantas coisas mais. Mas sinto que falhei no papel de filha. Devia ter sido uma melhor filha, não sei que melhor será, mas sinto que o devia ter sido. Devia de ter pensado mais em ti. Devia ter-me colocado no teu lugar, mais vezes. E falhei. Sinto que muito. E isso entristece-me. Hoje falo muitas vezes com o teu neto, sobre coisas que ele faz, que eu também fazia, e explico-lhe o porque de não fazer, e que em tempos também eu fui assim. Uma menina mal comportada. Egoísta. Lamento hoje, muito as nossas discussões, lamento muito as coisas parvas que escolhi dizer, nessas discussões. Queria que soubesses e acho que não o sabes, mas gosto de ti tanto que me doí, amo-te muito. E lembro-me, todos os dias de ti. Ora porque como porcarias que não devia, e tu ralhavas porque tinha de cuidar de mim. Ora porque me chamavas de beijoqueira quando te agarrava. Vou às compras e é um tormento. Já não precisas de iogurtes, já não precisas de fraldas. Quando cozinho esparregado, já não guardo para ti. Éramos as únicas a gostar. Vejo pessoas mais velhas e penso que podias ser tu. Enfim, não estás fisicamente, e sinto que vives em tudo. Vives em mim também. Não me conforta muito, porque preciso de contacto físico. Precisava de te abraçar. Mas esforço-me para pensar que estás comigo, talvez assim não me sinta tão triste e só. E por isso todos os dias te digo a falta que me fazes, todos os dias te digo o quanto te amo. Quero e preciso muito que o saibas. Faz um mês que me morreste, e que parte de mim morreu também. E nada vai ser igual. Nada mais será perfeito, porque me faltas tu.

Comentários

Neia disse…
Acredita que te acompanhará e te ouvirá sempre!
Um beijinho grande e um abraço apertado
Solana disse…
A minha querida Amiga!

Muito obrigada pelas tuas palavras... gosto muito de ti!

Beijinhos

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