Ao inicio estranha-se, mas depois entranha-se

Sempre vivi de acordo com aquilo que sou, como pessoa. Nunca fui muito de me desviar do que para mim é essencial, e para mim o essencial está dentro e não fora. Está nas atitudes, mas para mim também nas palavras. No amor, no dar amor. No sentir-se especial, mesmo sabendo que não somos tão diferentes uns dos outros, quer pela parte positiva, quer pela parte negativa. Somos todos diabinhos e santinhos. Somos iguais e diferentes de acordo como a forma que vivemos a vida, como a encaramos. de como ela nos trata. Mas todos nós temos em nós o que é preciso para fazer mais e melhor, nós próprios. Ontem sorri, para dentro. Quando depois de dizer muitas baboseiras, me dizem: Solana preciso de ti no Seixal, preciso da tua forma de ser, optimismo, alegria. Sorri, não porque me soube bem ouvir. Porque soube. Mas sorri, porque pensei para mim mesma...caramba, eu sou assim? É assim que me veem? Eu sei o que sou, não me interpretem mal. Mas sou uma pessoa negativa (estou muito melhor), sou muito dura comigo própria, sempre o fui. Não o mostro, mas sou. Não preciso que ninguém me critique (apesar de agradecer que o façam, porque preciso)  que ninguém me aponte o dedo. Há quem me diga para não ser tão dura comigo própria, mas eu chego lá primeiro que todos, chego sempre. Sou auto-critica. Talvez por isso saiba lidar com tudo o resto. Claro que falar para ajudar outros é sempre mais fácil, melhor, a nós próprios a coisa torna-se mais confusa, complicada, porque o sentimos, e sentimos na pele. Ouvi, agradeci, mas expliquei-lhe o porque de por vezes me esforçar por ser dessa forma positiva, porque me canso ser da outra. Nós só conseguimos pensar de uma forma, porque já experimentámos a outra e a outra não agrada tanto. Dei por mim a falar de mim. Da minha pessoa. Não de floreados. De mim.  E dos argumentos que me saiam, identifiquei muitas outras coisas. E fez-me confusão como pessoas assim como as que estiveram comigo ontem, se sentem tão frágeis. Digo pessoas assim, pessoas bonitas, pessoas interessantes, pessoas engraçadas. A vida passa por nós deixa marcas, nós somos baús e guardamos tudo e um par de botas. E as coisas vão de facto mudando a nossa vida, a nossa forma de estar na vida, nós próprios. Foi engraçado ver os receios delas, que deveriam existir um pouco em mim e não nelas. De facto ontem conclui, que a culpa foi das pessoas que me amaram e que sempre me aceitaram como era e sou. Fizeram de mim, o que sou, feliz comigo própria. E a culpa é deles. Os meus amores. E vejo mulheres giras, inteligentes, desgostosas e inseguras....por razões que não são nada, mas nada perante a importância que a vida é. O que a vida representa. O que é viver. O que é amar, viver, ser feliz. Falei de coisas que acho que nunca falei com outras pessoas, para que fosse um exemplo, para que elas percebessem que todas nós temos as nossas duvidas, medos e receios. Mas temos de nos rodear, apoiar de pessoas que nos querem e nos fazem bem. E não ao contrário. Procuremos alicerces, procuremos alguém que nos indique o caminho, se não o conseguirmos fazer. Eramos 8. Todas muito diferentes. Mas no fundo todas muito iguais. E no decorrer da conversa, foi bom sentir que conseguimos chegar ao outro, ao coração do outro. Hoje dou-te eu, amanhã dás-me tu. Sentir que as pessoas não estão bem e dar de nós para ficarem melhor. E damos tão pouco, para o bem que as pessoas sentem e ficam. Não há duvida que há pessoas que ficam impressas em mim. Que me ficam marcadas. Gosto tanto de vocês, minha Sónia e Marlene....gosto tanto de vocês como de caipiroscas com vodka preta....muito. Acho que gosto de vocês ainda mais. Graças a este blogue. Já valeu a pena.

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