Amar

O inicio estranhei um pouco. Somos fisicamente as mesmas, mas por dentro somos outras. Outras pessoas. Tive medo. Medo de não te identificares comigo. Medo de não sermos unha com carne. Medo de toda a nossa cumplicidade ter ido para o espaço. O Medo atrofia-me. E sou boa de fugir do que me assusta. Felizmente os bilhetes estavam comprados. Eu não pago para ver. Não quando ver implica sofrer. Isto deduzido por mim. Gostei tanto do primeiro abraço...gostei tanto tanto de te ver bem. Acarinhada. De te ver com um companheiro, amigo acima de tudo uma pessoa que te adora e respeita. Gostei tanto de te ver a esforçar por me agradar. Sentir que foi tão certo, a decisão que tomara. Que o medo era uma parvoíce, felizmente sem razão. Todos os dias, e apesar de ter o amor da minha vida longe, todos os dias ficava mais triste, porque era já menos um dia. Deitava-me tarde, acordava super cedo, para matar a sede de estar contigo como se fosse para compensar 13 anos. Que o tempo infelizmente não vai buscar, nem perdoa. Mas contei-te tudo de mim, sem medos, sem receios, como sempre fora. Sempre. Renasceu a cumplicidade. Rimos tanto. E um bom rir, rimos muito. Chorei a rir. Adorei ouvir-nos rir. Fui verdadeiramente feliz. Não presumi que o iria ser, fui. E adorei. Sai de perto de ti, que tudo seria igual, que estando 13 anos separadas, o hábito de não nos falarmos seria o mesmo. E não é. Ligo-te várias vezes. Ligas-me outras. Andamos perdidas, horários diferentes. Falamos como se estivesse-mos aí juntas. Perto uma da outra. E rimos. As nossas gargalhadas. Como me dizem, o teu rir com ela é tão bom. E é. Desligo o telefone e ficam as saudades. E acontece uma coisa que não presumi. Sentir tantas saudades dela, deles. Muitas saudades dela. É amor que faz parte de mim. Para sempre.

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