O meu melhor amigo

Hoje acordei cedo para caraças... é sempre assim, quando trabalho quero dormir até tarde, quando estou de férias acordo cedo. Também as cruzes não me deixam dormir mais...mas seis horas da manhã, de férias, parece-me parvo. Enfim, acordada e farta de estar parada fui fazer o que é costume num dia de trabalho. Não, não fui trabalhar se fosse esse o caso, internava-me. Fui tomar o pequeno almoço com o meu pai, o que é hábito. Quando cheguei, estranhou...mas ouve lá, não estás de férias, pergunta-me ele...estás aqui tão cedo...
Pois...tem razão. Mas lá estava eu, sentada, com a meia de leite e torrada. Eu e ele. A conversar de tudo um pouco e nada em geral. A televisão ligada é um clássico, mas raramente a ouvimos. Estamos habituados a tomar o pequeno almoço juntos. Hoje, talvez por ter sono em atraso estou meia nostálgica, parva. A verdade é que não damos valor ao que temos, neste caso acho que não dou o valor que devia dar aos meus pais, ao meu pai. Eu sei que sou presente, sei que estou lá para tudo, há quem ache que esteja demais pronta para tudo....mas isso não me interessa. Eles estão lá agora e é agora que precisam de mim. E eles estão sempre lá, apesar de tudo, de todas as situações menos boas. Somos uma familia não perfeita, mas feliz.
Dei por mim a pensar no quanto falo com ele. Eu falo tudo ou quase tudo. O que me deixa triste, o que me angústia, o que me alegra, os meus planos, trabalho, a minha vida pessoal, tudo. E é tão fácil falar com eles, com ele, primeiro porque basta dizer bom dia e só pelo timbre da minha voz, sabe como estou. Já menti tantas vezes e mesmo assim eles sabem como estou e como me sinto ou então que se passa alguma coisa. Não conseguimos mentir aos pais. É bom conversar, é bom ouvir opiniões. É bom vê-lo a escolher a melhor forma para me dizer algo que não gosto, só para não me magoar. É  bom ver a forma como ele me defende. É bom quando o vejo a tentar fazer parte dos filmes que lhe conto, a tentar arranjar soluções. Hoje foi um daqueles dias que me soube bem estar com o meu melhor amigo. Sem dúvida que é ele, o meu pai.

Comentários

Solana disse…
Também temos as nossas "guerras" mas é sem dúvida!

bj

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