Sempre foi assim e infelizmente será assim sempre

Em quase todas as alturas mais importantes da minha vida, a pessoa que está mais perto do mim, não importa qual é, a que está, é a que mais me falha. Eu tenho muitos defeitos, mas esforço-me imenso, e se calhar por isso me sinta cansada ao fim do dia, para não falhar a quem me é importante. Para não falhar, pelo menos a quem não me falha. A quem nunca me deixa na mão. Tenho nas minhas recordações, nas mais importantes da minha vida, apontamentos de sofrimento, feitos por pessoas que me são próximas, que não vou esquecer. Não é por mal. Mas nunca será possível esquecer. Atenua-se quanto muito. Sou pessoa de falar. Falar muito. De ser sincera. Prefiro falar, e fazer doer com o que falo, do que ser cínica e depois dar a machadada final. Sou sincera. Explico. Digo o que penso, o que acho. E isso ninguém me pode tirar. Eu dou sempre tudo de mim. Igualdade a todos. Sinceridade a todos. A verdade. E cada um faz dela o que quiser. Infelizmente constato que as pessoas preferem continuar a magoar-me. Acham que é assim que fazem aproximar. Que me obrigam a ficar. Acham que é a machucar-me, que me fazem fraquejar e amedrontar. Novamente em alturas em que mais preciso. E mais uma vez, volta o ciclo. Mais uma vez, em alturas importantes, desafios, decisões, há desilusões, mágoas. Há egoísmos. Há pessoas guiadas pelo egocentrismo. Que as pessoas não consigam lidar com a verdade eu percebo, mas que não saibam fazer disso uma arma e que tentem dar a volta a coisa, já é imaturidade e burrice. E opta-se pelo mais fácil. Pelo magoar o outro. E assim o fosso aumenta. O distanciamento também. Não se magoa quem se ama,  isso não. E depois a culpa será sempre de um outro que nunca existiu. Mas que parece que existe na cabeça das pessoas que inventam, ou que dá jeito que exista. E é uma pena. Também é uma pena que as pessoas não sejam auto criticas, que não olhem para elas próprias. É uma pena magoar os outros porque é sempre mais fácil ser-se a vitima. Viver não é fácil. Mas não se ser amigo, é não se ser nada.