O problema não são os outros, sou eu, reside em mim
Eu, sem dúvida, sou responsável pelos problemas do mundo, do meu mundo. Felizmente pequenino. Isto das amizades, é muito engraçado de se ter, de se viver. E cada um apesar de ter a sua definição, não aceita muito bem a definição dos outros. Para mim, ser e ter um amigo, é senti-lo como tal. Sentir na pele, no coração, no sangue que me corre. Não pelo que se vê. Posso estar todos os dias com uma pessoa, e não a sentir como minha amiga. Não ter confiança nela. Posso ver uma pessoa de ano a ano e ter a certeza de 100% em mim, que essa pessoa é minha a amiga. Sim, é um conceito dizem. Para mim não é conceito, nem o raio que o parta. Para mim sou eu, a sentir. A sentir o que essa pessoa é para mim, o que esse individuo me faz sentir. Eu sou fácil de ler. Na minha casa só recebo amigos, ou pessoas que sei que poderão eventualmente ser meus amigos, que sinta como tal. Gente que me quer bem, gente que deseja alimentar uma amizade, gente que interage comigo, gente que sente. Gente que gosta de dar e receber. São este os dois únicos tipos de pessoas que a frequentam. Quem não a frequenta, é porque não é meu amigo, nem o será. E por norma, não me sinto bem a perder horas do meu tempo, seja a cozinhar, a conversar, com pessoas que nada me dizem, que em nada me acrescentam, que não querem saber de mim nem dos meus, a não ser fazer parte do número porque fulana vai, ou Sicrano também vai. Dou e sempre dei oportunidade a uma possível amizade evoluir, mas nem todos estamos nos mesmos tempos, no mesmo nível de abertura. E se acho que as pessoas não estão receptivas como eu, é deixá-las ir. Aprendi que tentar deslumbrar ou cativar pessoas que não querem saber de ti para nada, é como chover no molhado. É só parvo, um pouco ridículo e sei do que falo. O maravilhoso mundo, disto da amizade, é que ninguém é obrigado a nada. Para mim a amizade é amar a outra pessoa, é querer fazer parte da vida dela, ajudá-la em amarguras da vida porque sei o quanto é duro sozinha, é ser feliz com a sua felicidade. É reclamar a presença da outra, é ralhar, é chamar a atenção, é mimar, é acarinhar. Principalidade é dizer-se o que se pensa, ressalvando qualquer tipo de magoa que se possa causar em quem ouve, que não sabemos como se encontra. Há quem viva com expectativas de algo, e há quem não viva com expectativas de nada. Eu vivo de acordo com a minha pessoa, ou seja eu sei o que sou e talvez espero que sejam o mesmo para mim. Será sim isso o que espero, embora às vezes o que recebo seja muito pior do que aquilo que não estava à espera. Esse gerência faço à minha maneira, tento contrariar essas expectativas. Deixo as pessoas serem como são, chego até elas, mostro o que sou, dou oportunidade para acontecer. Não crio ilusões, e nem coloco pessoas de parte, só porque não corresponderam as minhas expectativas. Nunca. Há sempre em mim, uma avaliação do que se passou e felizmente aceito que somos todos diferentes. Mas o gostar, o cuidar, o querer ser amigo, pode ter várias formas de ser mostrado, mas tem tudo o mesmo objectivo e quando isso acontece dos dois lados, é amizade, é a aceitação do outro como ser imperfeito, que todos somos. Como costumo dizer, gosto do jeitinho que tu és. Não são balelas, é de facto naquilo que acredito. Existem amizades que ficam, amizades para a vida, e as amizades que partem. Diabos me levem, se em 10 anos de relacionamento entre algumas pessoas, visitas a casas, férias, apoio incondicional quando se tem um problema familiar, quando te dizem "amigos são família e estamos cá para isso", quando se esforçam para arranjar emprego a um amigo. Quando essas pessoas foram ao meu casamento, e tenho mais fotos com essas pessoas do que com outras. Quando foi a primeira pessoa a saber da minha gravidez e me abraçou de lágrimas nos olhos. ...diabos me levem se em 10 anos, não houve nenhum tipo de amizade! Mas lá está o titulo deste post, o problema está em mim e não nos outros. É que eu achava que sim, e acho que houve. E sempre vou achar. Não o somos agora, mas já o fomos, e disso não há ninguém que me tire da cabeça. Todos os outros, tomem os partidos que quiserem, justifiquem-se como quiserem, magoem quem quiserem em prol de quem querem defender, é a opção de cada um. Mas em momento algum uma não amizade, ajuda a justificar as atitudes que se tomam contra os outros, que deliberadamente se sabe que se está a prejudicar. E só eu sei por aquilo que passei e muitas vezes sozinha. E sim, isso não é amizade, ma isso nem sequer é ser gente de bem. E se calhar até é melhor assim. Em tempos já tive não amizades, já tive pessoas das quais me afastei, também as que se afastaram de mim. Já procurei e já salvei amizades, que só resultaram porque ambos queríamos. Lá está, isto das amizades, é só querer. Tem de se querer e não empurrar com a barriga. Não se ama alguém que não ouve a mesma canção, como o outro cantava. Não se ama ninguém, nem se é amigo de ninguém que não queira ser nosso amigo. Temos de querer aquela pessoa na nossa vida e gostar dela do jeito que ela é. Se vale a pena, luta-se, agarra-se a amizade. Se não, é deixá-la ir. Nada é definitivo. Tive ausências de amizades de 10 anos, e agora vieram com mais força do que antes. Nada é definitivo, nada é para sempre. Só nos resta sermos verdadeiros. Cabe a nós saber o que queremos e sabermos que uma amizade só funciona, quando são dois a querer, e disso não tenho dúvidas. E se não quer, passar bem.
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