i have bad temper, and i know it
Como algumas pessoas me dizem, se algo não corresponde às minhas
expectativas, eu coloco as pessoas de lado. Simplesmente deixam de
existir para mim. Não sei se o que faço, é porque me quero defender. Não sei se o faço por ser teimosa. Não sei se é por ser mimada, como muitos dizem. Tenho um feitio tramado, isso é um facto. Em minha defesa, não é assim preto no branco. Eu ouvi bem, minha querida amiga Filipa, e magoa-me um pouco, sentir e pensar que tu achas que sou tua amiga, porque estou à espera que tu sejas minha amiga de acordo com aquilo, que eu quero que tu sejas. Tenho essa ideia na cabeça, e nos nossos diálogos, essa merda bate-me sempre na tola. E não é o álcool. Mas espero, que saibas que tal não é verdade, porque gosto de ti como és, sem esperar qualquer tipo de contrapartida. Gosto de ti, das nossas conversas. Gosto quando me mostras que me conheces bem. Quando tento disfarçar e começo a falar feita parva, e tu sabes perfeitamente que estou à toa. Sabes o que me magoa. Sabes que também não sou fácil. Sabes mandar-me à merda, como ninguém. Oiço um não me lixes, como não oiço de ninguém. Mas também acho que me conheces verdadeiramente. E esforço-me para não te desiludir, mas aviso-te, sou um poço sem fundo de defeitos e outras merdas. E de quem gosto, não faço questão de me esconder. Já fui assim, já não o sou. Gosto de ti e dos teus. E peço desculpa se disse o que pensei sobre outras pessoas, mas a mágoa vive em mim. Desculpa. Desculpa se sou injusta. Sei que sou um pouco, mas agora ainda não consigo ter discernimento, nesta montanha russa. Agora, ainda não. Naquele dia e no caso que deste como exemplo... Éh pah, não posso ser cínica. Porque não o sei ser, e mesmo que o soubesse ser, para ti nunca o seria. Porque os amigos, não o podem ser. Eu tenho expectativas em relação a algumas pessoas. Não se devem ter, dizem, mas eu tenho. As pessoas não devem ter, mas na verdade têm. E todos nós as temos, de uma maneira ou de outra, mais marcada, ou mais subtil. Mas voltando à minha... tratava-se de uma vivência, de uma partilha, tínhamos falado, era desejado pelas duas, tinha sido arranjado por assim dizer. Daí a criação inevitável da minha expectativa. Confesso, se calhar também esperei demais. Mas eu, mesmo tendo um filho da mãe de mau temperamento, é pá eu tento contornar. É isto que eu tenho trabalhado. E uso a chibata todos os dias para me penitenciar. Porque isto da maturidade, faz-nos ver quem nos faz falta, ver a merda que fazemos, e ver que muitas vezes não estamos todos na mesma sintonia. Há que falar, há que tentar resolver. E eu fiz isso. Tentei. Eu corri atrás. Eu dei a importância, eu expliquei, eu fiz. E partindo daí, se as coisas não se resolveram, não me parece que se possa atribuir a culpa só a uma das partes. E se não dá, segue-se em frente. Porque só um querendo, não faz sentido. Este belo romance de facalhão e alguidar, só para voltar à bela questão das amizades e da minha definição. Dizer-te que gosto carradas de ti. Pedir-te desculpa. Ontem tive uma noticia de merda, relacionada com uma pessoa que adoro para lá de muito, mãe de uma pessoa amiga, despojei-me de tudo o que não interessa, e segui em frente, porque a amizade é isto. É amar e bem querer. É ajudar a erguer o outro. E se por vezes crio expectativas e erro, se por vezes quero mais e preciso mais do outro, sou só eu a tentar o meu melhor...eu e o meu bad temper...no seu melhor...mas eu contorno. I know it. (vá, tento pelo menos.)
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