Get over it

Eu sempre achei que era menina para ter uns 30 amigos. E ser para eles igual, ou seja ser a mesma pessoa para todos eles. Eu acreditava piamente que era possível. Pois que não é. Já o MEC o dizia. E eu mesmo não concordando, que acho que seja possível ter mais do que um bom amigo, ter 30 amigos na mesma medida é impossível. E é impossível porque a vida é complicada. Porque infelizmente não temos cabeça para telefonar a todos, porque infelizmente não há tempo para falar com todos ao mesmo tempo. E isto das amizades há que cultivar, há que as saber manter. E a magia disto da amizade, daquela amizade boa, é que o tempo ou a falta dele não conta. Não faz moça, não interessa. Basta telefonar à pessoa, e sente-se que não houve tempo nenhum de distancia, não existiu afastamento. Que sempre estivemos perto. E é neste tipo de amizade que temos de confiar, que temos de preservar. Uma coisa que me doía muito, era a necessidade de estar sempre presente, para de certa forma garantir uma amizade, que no fundo era unilateral. Que mesmo assim acabou por ir embora. E por muito que nos custe, não podemos ser amigos de quem não quer ser nosso amigo. Podemos fazer tudo o que a pessoa quer, mas se ela não quiser ser tua amiga, não há possibilidade de uma amizade. Ver isto, custou-me. Por vezes custa-me. Embora já tenha custado mais. A verdade é que as amizades não podem ser impostas. As amizades não servem para dar provas de confiança, como se estivéssemos em constante avaliação. Ou se sente ligação ou não se sente. Não faz sentido sofrer por quem não quer ser teu amigo. E temos de olhar as coisas de frente. Sem rodeios, sem floreados. Se tu fizeste o possível para manter e a outra pessoa não se importou, é este tipo de amigo que queres ter? A resposta é não. E como me cansei, digo-te um profundo adeus, como se calhar já me disseste há muito e nunca quis ver. Uma coisa é certa, num momento de grande felicidade, dar maior destaque a mesquinhez, só mostra que de facto não temos nada em comum.