O Deus de Spinoza

Entrei meia a brincar num Projecto Solidário como voluntária, por me sentir não só com vontade de fazer a diferença, como me identifiquei com uma responsável pelo projecto. Sempre fui de ajudar, mas parece que nunca surgiu a oportunidade de ajudar. Ou seja vamos ajudando na medida do possível, sem atingir no nosso máximo potencial. Como em tudo na vida, à alturas para tudo. Eu tímida como raio que me parta, dou por mim em casa de pessoas que não conheço, a falar de um projecto, como se fosse meu...pensava eu, como se fosse meu... e que raio, é um pouco de todos nós. Não é essa a nossa responsabilidade social. Não é esse o nosso desejo, a nossa realização, fazer bem ao próximo? Para mim é. E dou por mim, meia envergonhada, meia a respirar 20 vezes a contar outras 30 a falar durante horas... Depois recebo um feedback maravilhoso. Sou tímida, reservada...vejo-me e desejar abraçar as pessoas num profundo agradecimento. Pessoas que não me conhecem e me dão tanto. Fico de coração cheio. Consegui donativos, consegui juntar mais não sei quantas pessoas num concerto solidário. Eu? A pessoa mais tímida que conheço. Mas não interessa. Respira-se fundo. Contamos até 200 se necessário, tudo para que ninguém tenha de passar por dificuldades, pelo menos num mês ou num dia. Olhos no prémio e seguimos em frente. Caramba, começo a acreditar que se consegue muito mais. Nem que seja aos poucos, um pouco todos os dias. Mas que se consegue fazer a diferença. E sabe bem. Que felicidade trazer e fazer o bem. É mágico.