Hoje, a meia de leite soube-me muito melhor
Feita pelo meu mais que tudo.
O Meu Pai.
Começo o dia bem, com um abraço e beijinhos. Sempre dois.
Não há dia que o veja, que isso não acontece.
Sou beijoqueira, e saio a ele.
Ele que me ensinou tudo o sei, que me fez ser tudo o que sou.
Que me mostrou que a cabeça serve para pensar, para fazer mais e melhor.
Que me mostrou a importância que têm a nossa palavra, e que dá-la vale mais do que dinheiro.
Que gosta de me falar deste governo desgovernado.
Que gosta de partilhar alguma invenção que lhe passa pela cabeça
Que gosta de me ligar às 7 da manhã num sábado
Mostra-me sempre quais são as melhores verduras a comprar e onde
Que me ensinou a não esperar por ninguém, se quiser ver alguma coisa feita
Que me faz rir
Que me ensinou a fazer massa, a lixar, a polir, a pintar, a plantar, a semear.
Que me faz irritar de tão teimoso que é, e que eu sendo igual a ele...a coisa é complicada
Que me oferecia réguas para levar para a professora, e depois acabava por levar alguma
Que não aceitava queixinhas e que se tinha sido repreendida alguma coisa fizera
Que nunca me colocou num pedestal, para ele sempre fui eu, nem mais, nem menos que ninguém...mas sempre fazendo de mim uma pessoa especial, aceitando tudo de bom e mau, num equilíbrio bom.
Que me disse, que sempre desejou uma menina
Que aceitou, quando uma miúda lhe disse que precisava do seu espaço e sair de segunda a segunda até às tantas...porque lhe dissera que só assim esqueceria a mágoa. E ele percebeu, mesmo dando a sua opinião.
A quem pedi para confiar em mim, menina miúda, quando andei meia perdida, e é um orgulho para mim não teres sido defraudado e teres confiado.
Que me obrigava a estar em casa antes do sol se por, meninas não brincavam na rua à noite
Lembro-me com carinho o diminutivo que sempre utilizara para me chamar
Que chorou feito criança quando disse que ia casar e sair de casa, ao que respondeu, vou perder a minha amiga
O nosso sorriso malandro e cumplicidade quando ouvimos coisas de outras pessoas
Ser para ti um orgulho, uma extensão de ti, mesmo sendo uma pessoa com alguns defeitos.
Que chegava do trabalho, me punha em cima de um banco para dançarmos à mesma altura. E hoje sou eu que danço com o meu filho, numa saudade de algo que era nosso. Numa sala que não era a nossa.
És uma pessoa boa, de bom coração
E és meu, o meu Pai.
Amo-te.
O Meu Pai.
Começo o dia bem, com um abraço e beijinhos. Sempre dois.
Não há dia que o veja, que isso não acontece.
Sou beijoqueira, e saio a ele.
Ele que me ensinou tudo o sei, que me fez ser tudo o que sou.
Que me mostrou que a cabeça serve para pensar, para fazer mais e melhor.
Que me mostrou a importância que têm a nossa palavra, e que dá-la vale mais do que dinheiro.
Que gosta de me falar deste governo desgovernado.
Que gosta de partilhar alguma invenção que lhe passa pela cabeça
Que gosta de me ligar às 7 da manhã num sábado
Mostra-me sempre quais são as melhores verduras a comprar e onde
Que me ensinou a não esperar por ninguém, se quiser ver alguma coisa feita
Que me faz rir
Que me ensinou a fazer massa, a lixar, a polir, a pintar, a plantar, a semear.
Que me faz irritar de tão teimoso que é, e que eu sendo igual a ele...a coisa é complicada
Que me oferecia réguas para levar para a professora, e depois acabava por levar alguma
Que não aceitava queixinhas e que se tinha sido repreendida alguma coisa fizera
Que nunca me colocou num pedestal, para ele sempre fui eu, nem mais, nem menos que ninguém...mas sempre fazendo de mim uma pessoa especial, aceitando tudo de bom e mau, num equilíbrio bom.
Que me disse, que sempre desejou uma menina
Que aceitou, quando uma miúda lhe disse que precisava do seu espaço e sair de segunda a segunda até às tantas...porque lhe dissera que só assim esqueceria a mágoa. E ele percebeu, mesmo dando a sua opinião.
A quem pedi para confiar em mim, menina miúda, quando andei meia perdida, e é um orgulho para mim não teres sido defraudado e teres confiado.
Que me obrigava a estar em casa antes do sol se por, meninas não brincavam na rua à noite
Lembro-me com carinho o diminutivo que sempre utilizara para me chamar
Que chorou feito criança quando disse que ia casar e sair de casa, ao que respondeu, vou perder a minha amiga
O nosso sorriso malandro e cumplicidade quando ouvimos coisas de outras pessoas
Ser para ti um orgulho, uma extensão de ti, mesmo sendo uma pessoa com alguns defeitos.
Que chegava do trabalho, me punha em cima de um banco para dançarmos à mesma altura. E hoje sou eu que danço com o meu filho, numa saudade de algo que era nosso. Numa sala que não era a nossa.
És uma pessoa boa, de bom coração
E és meu, o meu Pai.
Amo-te.
Comentários
beijinho grande
Boa Tarde