Liberta a hipocondria que há em ti

Ontem à noite senti-me mal, mas a valer. Dor na verilha, mas dor a sério. Deito-me, à espera que passe e nada.
Começa a apanhar os rins...diabos, nunca tive dor nos rins...vocês estão mesmo aí, pensei eu.
Nisto começo a sentir-me enjoada e com vontade de vomitar. A dor nada de passar. Resolvi ir passear até Cascais, dei entrada nas urgências.
Ainda vi a filha do Carlos Cruz, não pode ser agoiro...rezo.
Nisto dão-me pulseira de muito urgente e penso, caramba que isto agora é mesmo a sério....
Viro-me para a enfermeira e digo-lhe que isto não é nada demais e que provávelmente são gazes. Como o timon e o pumba, para eles tudo é gás.
Sou chamado ao gabinete e que giraço é o médico, assim sim, assim vale a pena! O Médico mandou-me deitar e despir, ocorreu-me logo duas coisas, depilação e cuecas de avó...ufa, tudo controlado. Não é por merdas, mas uma pessoa gosta de estar nas minímas condições. Eles não ligam, mas ligamos nós.
Começa a apalpar a barriga e mais não sei o que...e diz isto deve ser apêndicite aguda. Parei de rir, estou sempre a rir, não sei se sabem...
Parei de ir, fiquei com cara de poucos amigos.
Diz-me o médico, mas já foi operada antes, não fique assim. A minha cara devia estar péssima.
Claro XÔ doutor...mas diga-me pode não ser nada!? Talvez gazes?? Não me respondeu.
Segui para a salinha dos exames. Tirar sangue, uma coisa que eu odeio fazer.
Chega a enfermeira ao pé de mim com um crachá lindo a dizer, eu gosto de si, senti-me muito melhor e sorri. Porém a senhora não estava bem disposta. Estava a procurar uma veia minha, as sacanas não aparecem e desconfiei que com medo se tinham pirado, diz secamente:
-É sempre a mesma coisa, eu não tenho direito a jantar, sou só eu é que trabalho, isto não pode ser assim.
Portanto este discurso, com a agulha espetada na minha mão, á procura de veia. Disse para comigo, já foste, isto não vai correr bem.
Lá pediu a uma colega para a substituir. A colega muito mais engraçada e bem disposta, graças. Picou-me mais duas vezes e eu só pensava pareço um touro com tantas bandarilhas espetas. Comentei isso com ela e ela diz-me que é isso que dizem aos pacientes...que lindo, ou não.
Nisto vê a minha cara de medo e diz-me:
- Sabe pessoas com tatuagens não tem direito a ter medo de agulhas!
PIMBA! vai buscar! Toma e embrulha!
Resumidamente disse-lhe que tinha razão, mas que sou maricas, muito maricas.
Colocaram a droga do nolotil a correr, para passar as dores. Uma hora e meia naquilo, que deu oportunidade de libertar a hipocondria que há em mim...eu só pensava em merdas. Mesmo, desde os resultados serem maus, maus do género já não sai do hospital, operações, cancros, tumores, tudo...acho que me lembrei de tudo e mais alguma coisa. Não lido bem com idas ao hospital, percebi isso e ver pessoal em macas também mexe muito comigo.
Derrepente toca uma sirene, e as enfermeiras foram a correr. Nunca tinha ouvido tal coisa, pensei, estaram os meus resultados das análises assim tão maus?
Graças a deus não era eu, nem percebi o que se passava.
Nisto, passadas duas horas, já sem dores e com três hematomas nas mãos e braço, sou chamada ao gabinete.
Suava, tremia....
Diz-me a médica que me operou à vesicula há uns 4 anos (coincidência), está tudo ok nas análises. Tudo certo.
Não sabemos bem o que aconteceu, pode ter sido GAZES!!!! (pensei logo, I told you so!)
Mas se os sistemas persistirem volte cá para nova avaliação.
Nunca desejei chegar tanto a casa. Nunca. Sou mesmo fraquinha.
Hoje estou melhor sem dores, mas continuo com enjoo e sensação de vómito. Como a médica diz, vamos ver para o quê que isto desenvolve.
Não quero pensar muito, aliás não gostei nada de ver a hipocondria que há em mim.
Com 34 anos deu-me para isto!

ah e não, não estou grávida.

Comentários

Neia disse…
As melhoras!!
Beijinhos*
Solana disse…
Obrigada!
Bejinhos Andreia

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