O problema, é darmos tudo, como adquirido

Nada é nosso. Nada. Nem a nossa saúde, nem a nossa vida. Tive um sonho de merda. Deram-me dias de vida. Chorei o sonho todo, um dos mais reais que tive. Acordei com uma disposição da treta. Não fosse estar rodeada de pessoas que me amam, nem sei. Mas hoje nem é bem isso que me moí. O que me moí, é que ainda não sei o que é só sentir saudade. Todos me dizem, que a dor passa e depois fica a saudade. Estou à espera desse estado. O da saudade, só para ver se alivia a dor. E não consigo lá chegar. Hoje está a custar, um pouco. Custa um pouco todos os dias. Mas naqueles dias que me lembro, que nunca mais a vou ver, fica pior. O Nunca, é devastador. E hoje está a ser um pouquinho mais tramado. Eu cristã, devia ser mais crente, devia acreditar que ela está comigo e que nos vamos encontrar. Seria mais fácil. Mas não sinto. Não sei. Estarei a ficar descrente? Talvez. Hoje relembro todas as vezes que me disseram para a estimar, que mãe há só uma, e eu desvalorizei. Porque pensei que a minha era para sempre. Que somos tudo para alguém, para sempre. E não é verdade. Nada é para sempre. Tristemente, e com um nó na garganta que quase me asfixia, vejo a perda. E custa muito. Mesmo muito. Espero que sentir só saudade, custe menos.