Café Pausa

Estas férias foram de emoções. Fortes. De facto nada pode ser dado como garantido. E ela tem razão. Nós nunca sabemos o que as outras pessoas pensam ou sentem. Podemos tentar adivinhar, mas o erro está em viver de acordo com as nossas crenças de sabermos o que o outro sente ou pensa. E eu confesso...sempre fui assim. Sempre deduzi muito, como se fosse um jogo de xadrez, em que estudamos e tentamos antecipar a jogada do adversário. E por vezes só vivemos assim...na defesa, numa certeza que afinal não existe. Ouvi muito, pensei outro tanto. Pensei que seria uma coisa e foi outra. E como digo sempre a vida encarrega-se de nos trocar o lugar...hoje estamos num papel, amanhã noutro. E sentimos aquilo que fomos para alguém. Sentimos na pele. E dei por mim, a tomar posturas que nunca pensei. Será isto crescer? Não sei. Vivemos muito e intensamente. O passado, presente e futuro. Ri como há muito não me ria. Mesmo. Todos ou quase todos os dias chorava de tanto rir. A química esteve lá. A cumplicidade vive. Ficámos para sempre ligadas. Apesar do susto, de ter achado que era doida...10 anos sem ver alguém é muito. Tive medo, muito. Felizmente foram nuvens passageiras e o sol continuou a brilhar. Adorámos Verona, é de facto muito romântica, os palácios, as fachadas, pinturas, pontes...muito, muito bom. Dei um abracinho à Julieta. Comemos fruta que se vende no mercado. O café é maravilhoso. Seguíamos várias vezes guias turísticos, para sabermos mais alguma coisa....estilo penetras. Veneza, também muito bela. O trajeto de barco para a praça de São Marco, é belíssimo. Os monumentos, as fachadas. Mas os canais e as gondolas dão o charme. Milão, um pouco confuso mas a Basílica lindíssima. Os vitrais, o órgão. A Suíça de uma beleza sem descrição. Os Suíços, um pouco distantes, frios, safaram-se aqui da menina. Mas com portugueses muito abraço, muito beijinho....3 por pessoa....beijocar é comigo. Muito carinho, muito caminhar, muito para admirar. Comida boa. A sopa da D. Filomena, uma minhota que é um doce e que me disse, só de olhar para ti vejo que és boa pessoa. Assim, direto. E eu disse-lhe...olhe que eu engano bem. Rimos, e rimos alto e em bom som, com abraços à mistura. Parecia que a conhecia há muito tempo. Apanhámos alguma chuva, bem como vento. Vaquinhas bonitas, vaquinhas da montanha, que não percebo como não caem tal é a inclinação. Ver vacas a serem transportadas para o cimo da montanha, num cesto. Café latte a toda a hora. Cerveja de todo o tipo. Bebi uma e parecia que tinha bebido 5. Fraquinha. Queijo, queijo, queijo. Provei um gelado de tiramisu maravilhoso. Uma pasta de camarão que me pareceu divinal. Uma salada de queijo feta de chorar por mais. Chocolates, de todo o tipo. Lojas de pão. Ainda bem que me vim embora, é só o que ocorre. Apanhar sol na varanda. Ver águias, ver bâmbis, ver balões de ar quente a passar ao pé de casa. Ver campos e campos retalhados de diferentes tons verde. Chegar a uma banca ter luvas, tesoura da poda, cortar flores que quero e deixar o dinheiro...sem vendedor. O mesmo com ovos, fruta, cebolas. Fazer um esforço para estar a pé cedo, porque todas as horas contavam. E comigo, tudo sabe sempre a pouco. Dei por mim a colocar uma vela acesa em todas as igrejas por onde passamos. Estilo ritual. Em Verona, existia uma pedra, que dizem que realiza os desejos...pus lá a mão, mas não me recordo o que pedi na altura. Sou de facto, despassarada. Mas de tudo isto, o mais importante é de facto ter estado com uma das minhas melhores amigas, a minha alma gémea. Estamos diferentes, mas somos iguais. Estranho. Falámos muito. Falou muito de mim, de como eu era, de como eu sou. E num registo suave disse tudo o que queria, e que ficou registado para sempre em mim. A vida de facto muda-nos. Só não mudamos se não quisermos. Mas não há como fugir de quem nos conhece. Estou muito feliz, por estarmos novamente juntas, mesmo que  em países diferentes. Muito feliz por estar perto, te sentir perto. Aprende a proteger-te, aprende a cuidar de ti. Ficou gravado.

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