Só!

Poema do Homem Só
Sós,irremediavelmente sós,como um astro perdido que arrefece.
Todos passam por nós e ninguém nos conhece.
Os que passam e os que ficam.Todos se desconhecem.
Os astros nada explicam:Arrefecem Nesta envolvente solidão compacta,quer se grite ou não se grite,nenhum dar-se de outro se refracta,nenhum ser nós se transmite.
Quem sente o meu sentimento sou eu só, e mais ninguém.
Quem sofre o meu sofrimento sou eu só, e mais ninguém.
Quem estremece este meu estremecimento sou eu só, e mais ninguém....

António Gedeão

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