Amar é envelhecermos juntos
E é isto!
"A sabedoria toda neste pequeno excerto da entrevista de Ruy de Carvalho a Daniel Oliveira, no Alta Definição. A imensa sabedoria.
Para mim, faz todo o sentido. Amar é saber viver com os defeitos. É valorizar as rotinas, a parte "chata", monótona, repetitiva. É encontrar conforto na cumplicidade que só se tem com quem se partilha tudo. O bom, o excitante, o incrível, o apaixonante, mas também o menos glamoroso, o mais aborrecido, e até o feio.
Penso tantas vezes nisto. Que a paixão, o arrebatamento, o sexo, a tesão dos primeiros tempos, o frenesim dos primeiros amassos estão tão sobrevalorizados nos nossos dias que, depois, ninguém se prepara para o resto. Para a vida. Para o ramerame. Para o caminhar de mão dada. Para as piadas que só os dois entendem. Para as memórias construídas. Para os silêncios partilhados.
Vivemos na urgência. Na pressa. Na vertigem. Tudo tem de ser rápido. Breve. Leve.
O amor, tal como o entendo, não pode ser fast food. É outra coisa. Carece de outro tempo. De outra paciência. Requer um semear cuidado, requer rega, adubo, e sobretudo tempo. Tempo para ver nascer, crescer e florescer o sentimento mais belo de todos. Amor é a amizade sublimada, depurada, envelhecida como um bom vinho. Quem vive sempre em busca da exaltação nunca consegue chegar a entender - e a conhecer - o verdadeiro amor.
Deixo a citação principal do tal excerto da entrevista. Ruy de Carvalho é, além de um grande actor, um grande senhor. Devíamos todos poder ouvi-lo mais vezes. E aprender.
"Amar é envelhecermos juntos. A maior parte não envelhecem juntos. Não são capazes de chegar ao fim da vida com o mesmo amor que tinham quando casaram. Não é fácil. Não é fácil viver em casamento. A parte que normalmente é dominante inicialmente é a parte física, é a parte sexual. (...) Mas há muita gente que não pensa que 23 horas e meia são para viver a vida. Com maus cheiros, com doenças, com ir à casa de banho, com mau hálito, com ressonar a dormir... há muita coisa que faz parte do casamento. Isso tem que ser pensado. Que essas coisas acontecem. Porque o tal momento muito bom... esse é muito bom. Mas é preciso que outros sejam muito melhores, depois."
Retirado daqui: http://coconafralda.sapo.pt/
"A sabedoria toda neste pequeno excerto da entrevista de Ruy de Carvalho a Daniel Oliveira, no Alta Definição. A imensa sabedoria.
Para mim, faz todo o sentido. Amar é saber viver com os defeitos. É valorizar as rotinas, a parte "chata", monótona, repetitiva. É encontrar conforto na cumplicidade que só se tem com quem se partilha tudo. O bom, o excitante, o incrível, o apaixonante, mas também o menos glamoroso, o mais aborrecido, e até o feio.
Penso tantas vezes nisto. Que a paixão, o arrebatamento, o sexo, a tesão dos primeiros tempos, o frenesim dos primeiros amassos estão tão sobrevalorizados nos nossos dias que, depois, ninguém se prepara para o resto. Para a vida. Para o ramerame. Para o caminhar de mão dada. Para as piadas que só os dois entendem. Para as memórias construídas. Para os silêncios partilhados.
Vivemos na urgência. Na pressa. Na vertigem. Tudo tem de ser rápido. Breve. Leve.
O amor, tal como o entendo, não pode ser fast food. É outra coisa. Carece de outro tempo. De outra paciência. Requer um semear cuidado, requer rega, adubo, e sobretudo tempo. Tempo para ver nascer, crescer e florescer o sentimento mais belo de todos. Amor é a amizade sublimada, depurada, envelhecida como um bom vinho. Quem vive sempre em busca da exaltação nunca consegue chegar a entender - e a conhecer - o verdadeiro amor.
Deixo a citação principal do tal excerto da entrevista. Ruy de Carvalho é, além de um grande actor, um grande senhor. Devíamos todos poder ouvi-lo mais vezes. E aprender.
"Amar é envelhecermos juntos. A maior parte não envelhecem juntos. Não são capazes de chegar ao fim da vida com o mesmo amor que tinham quando casaram. Não é fácil. Não é fácil viver em casamento. A parte que normalmente é dominante inicialmente é a parte física, é a parte sexual. (...) Mas há muita gente que não pensa que 23 horas e meia são para viver a vida. Com maus cheiros, com doenças, com ir à casa de banho, com mau hálito, com ressonar a dormir... há muita coisa que faz parte do casamento. Isso tem que ser pensado. Que essas coisas acontecem. Porque o tal momento muito bom... esse é muito bom. Mas é preciso que outros sejam muito melhores, depois."
Retirado daqui: http://coconafralda.sapo.pt/
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