O que as pessoas nos dizem, não se escreve
És uma força da natureza, disseram-me
Isso não se escreve
Não a vejo, nem me sinto.
Apelidaram-me de excelente organizadora, e uma das pessoas mais simpáticas.
Vejo a minha simpatia
A excelência isso não se escreve
Não a vejo, nem a sinto.
Vejo o sentido do dever cumprido, para com aquilo que me comprometo
Se avanço, é para dar certo.
Doa muito a quem doer.
Sei sempre quando avanço, que é para vencer
Sei que isso não se escreve
Está cravado em mim.
Venço sozinha, no que só depende de mim.
Na minha vida escrevem-se outras histórias em simultaneidade
Está escrito que sou órfã de mãe e disso não me livro
Está escrito que me escolheram para mãe e isso é uma bênção
Mas também sei que fui a escolhida para ser deixada para trás.
Não me escolheram
Deixaram-me cair sozinha.
Escrevo o que não devo
Escrevo sempre muito bem o que me dói, para que nunca me esqueça
Escrevo para ficar cravado, e não ter de escrever de novo, talvez por medo, talvez porque custa muito.
Abraçam-me, felicitam-me
Faço parte de um todo
Oiço, mas não escrevo
Não entra em mim.
Abraço pessoas que me tocam e muito.
Pessoa órfã como eu
Pessoa com idade de ser minha mãe
Escrevo, muito em mim, o quanto amo aquela pessoa, sem mesmo ninguém saber o que é amar quem não se conhece.
Escrevo coisas em mim
que ninguém sabe
Pequenos espinhos
Coisas que por vezes só me trazem para baixo e que só me magoam.
Teimo em escrever com um ferro em brasa
Penas de ganso, em mim nada deixam escrito.
Dizem, e apelidam, riem e abraçam-me
Alimento-me sempre do que dizem, mesmo que não escreva
E penso, nos momentos em que estou a fazer apontamentos, que alguém me falta.
Sei que posso gerar alegria, sei que posso impulsionar outros a fazer melhor
Escrevo isso, e sai do papel
Sou a força para dar
E dou.
Dou, mas sei que serei sempre aquela que nunca vai escrever o que lhe dizem
sou aquela de escrever o que lhe fazem.
Não sei se sou uma força na natureza que constrói, ou se sou a força da natureza que destrói
Não escrevo
Sou eu, no meu melhor, no meu pior.
Sou uma não opção
Sou a que não se escreve.
Sou a que não se lembra,
Exceto do que dói.
Isso não se escreve
Não a vejo, nem me sinto.
Apelidaram-me de excelente organizadora, e uma das pessoas mais simpáticas.
Vejo a minha simpatia
A excelência isso não se escreve
Não a vejo, nem a sinto.
Vejo o sentido do dever cumprido, para com aquilo que me comprometo
Se avanço, é para dar certo.
Doa muito a quem doer.
Sei sempre quando avanço, que é para vencer
Sei que isso não se escreve
Está cravado em mim.
Venço sozinha, no que só depende de mim.
Na minha vida escrevem-se outras histórias em simultaneidade
Está escrito que sou órfã de mãe e disso não me livro
Está escrito que me escolheram para mãe e isso é uma bênção
Mas também sei que fui a escolhida para ser deixada para trás.
Não me escolheram
Deixaram-me cair sozinha.
Escrevo o que não devo
Escrevo sempre muito bem o que me dói, para que nunca me esqueça
Escrevo para ficar cravado, e não ter de escrever de novo, talvez por medo, talvez porque custa muito.
Abraçam-me, felicitam-me
Faço parte de um todo
Oiço, mas não escrevo
Não entra em mim.
Abraço pessoas que me tocam e muito.
Pessoa órfã como eu
Pessoa com idade de ser minha mãe
Escrevo, muito em mim, o quanto amo aquela pessoa, sem mesmo ninguém saber o que é amar quem não se conhece.
Escrevo coisas em mim
que ninguém sabe
Pequenos espinhos
Coisas que por vezes só me trazem para baixo e que só me magoam.
Teimo em escrever com um ferro em brasa
Penas de ganso, em mim nada deixam escrito.
Dizem, e apelidam, riem e abraçam-me
Alimento-me sempre do que dizem, mesmo que não escreva
E penso, nos momentos em que estou a fazer apontamentos, que alguém me falta.
Sei que posso gerar alegria, sei que posso impulsionar outros a fazer melhor
Escrevo isso, e sai do papel
Sou a força para dar
E dou.
Dou, mas sei que serei sempre aquela que nunca vai escrever o que lhe dizem
sou aquela de escrever o que lhe fazem.
Não sei se sou uma força na natureza que constrói, ou se sou a força da natureza que destrói
Não escrevo
Sou eu, no meu melhor, no meu pior.
Sou uma não opção
Sou a que não se escreve.
Sou a que não se lembra,
Exceto do que dói.
Comentários