8/8

O post anterior era sobre a minha mãe, o dia do seu aniversário. 8 /8 foi o dia em que eu perdi o meu melhor amigo.
Fui levá-lo aos comboios como sempre, tomámos o pequeno almoço como sempre. Rimos, falámos como sempre.
Combinei ir ter com ele dia 13, para irmos ao Pinhão, a Lamego e a Vila Real.
Dia 13 estava a enterrar o meu pai.
Dia 8, fiz 900 kms. Com uma novidade que seria para surpreender o meu pai.
Não cheguei a mostrar.
Não queria acreditar.
Não quero acreditar.
Sem mãe, e agora sem pai.
Com a minha mãe foi um desespero. Com o meu pai, sinto-me atordoada. Muito incrédula.
Esperei dias, pelo corpo dele. Que chegasse à terra que o viu formar família.
Enterrei-o no mesmo cemitério da minha mãe.
Ontem tirei do quarto, tudo o que era dele. Roupas, calçado. Senti-me tonta, surda, muda.
Não consegui chorar. Não consigo.
Porque espero, desespero por acreditar, que ele ainda vai aparecer.
Perdi o pai, o amigo, o confidente.
Duas perdas, que fizeram de mim órfã.
Cada vez mais acredito, que os amigos são a família que escolhemos.
Graças a Deus, por todos aqueles que estão na minha vida.
Ontem cada camisola que dobrava, abraçava. Juntava ao peito, cheirava.
"meu rico pai"
Não são poucas as vezes, que leio a mensagem que estava no funeral. Amo tanto o meu pai. Que não posso acreditar que não o vou ver mais uma vez. Sentir o seu abraço. A sua boa disposição.
Era uma pessoa, com uma palavra positiva para todos.
Passam-se os dias....e ele não aparece.
"meu rico pai"
Que dor.



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