Faz um ano

Que agendei alguns textos. Agendei um para o ano novo e curisamente apaguei. Não sei se foi presságio ou não. Não tenho vindo cá. Não tenho feito nada de especial. Ando com bussola estragada. Não sei para que lado me oriente. Comecei o ano pessimamente mal. Passei mais de meio ano ainda pior. E de Setembro para cá descambou. Não há nada que possa dizer. Sei que estou ausente para muitos amigos, mas não sou boa companhia. É o que sinto. E nisso sei que sinto. O resto que sinto não sei. Mesmo. Sinto-me desiludida, sinto-me confusa. Sinto-me uma pessoa que não sou. Sempre soube que uma perda me mudaria para sempre. Setembro trouxe-me tristezas. Não soube lidar. Tentei. Ontem achei que não valia a pena. Somos diferentes. Os mundos são diferentes. E há coisas que nos magoam. E já chega de magoas e dores. Chega. Deixo-me andar ao sabor do vento. E nem sei bem o que sinto, o que quero e para que vou. Foco-me só em passar este ano. Estou farta deste ano. Farta. E cheia de medo que mais merda me aconteça. Farta. E quero muito, muito que tudo passe em mim. Já me disseram que lutos demoram dois anos. E essa merda consome-me. Se me dissessem que eu ficaria assim, eu não acreditava. Sinto-me sem norte. Sinto-me que não tenho vontade de nada. E começo a pensar se vale a pena estar com certas pessoas, se vale a pena passar por certas coisas. Penso tanto. E quero mesmo que tudo passe rápido. E chateia-me que venha o Natal. Chateia-me que venha a passagem de ano. Chateia-me ter sempre em mim, presente, a perda da minha mãe. Como se tivesse sido ontem. A minha cabeça parece ter vontade própria e não me deixa esquecer. E estou assim. Estou que não estou. Deixei de confiar. Deixei de acreditar em pessoas. Em algumas. Deixei de ver as coisas que via, com beleza e amor. A minha verdade, temo que nunca tenha exisitido. Não sei que caminho sigo, mas espero que seja o certo. Porque não consigo ver nada de bom, a não ser o meu filho, o meu mais que tudo, que veio ao mundo para me manter à superficie. E é nele e só nele que encontro a verdade, o verdadeiro amor. Tudo o resto, é floreados, interesses. Tudo o resto se está a tornar desconhecido. Um Feliz Natal a Todos. E um bom ano novo. Que seja aquilo que cada um deseje. Que se criem laços e afectos verdadeiros. Que vivam a vossa verdade. Fiquem bem. 

L.- Não me esqueci de ti. Nunca. Lembro-me muitas vezes. Gosto muito de ti. E Sinto também a tua perda. Nunca te esqueças que torço sempre por ti, pelos teus. Sempre. 


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