Impotente

Há muito tempo que não vinha aqui. E tanto aconteceu.Deus. Estou a trabalhar a partir de casa. Estou a tentar dar aulas ao miúdo e fazer actividades com ele. Ter um filho é maravilhoso, estamos sempre a superar-nos. Queremos ser mais e melhor. Estou exausta. Eu lembro-me de há 10 anos atrás ter ido à psicóloga, com problemas conjugais. Há dez anos. Eram coisas de nada, comparado ao volume de situações agora. Vivo um inferno constante. Ainda não percebi muito bem, qual o meu propósito de vida. Juro que não percebi. Não sou santa, tenho defeitos à pazada. Pedi um divórcio, há muito tempo sentenciado. E virou todo um inferno. Fui contacta por entidades de todo o lado, para responder a tudo. Faz parte do processo, dizem eles. Eu respondi. Devido a tanta e tantas provas que têm, todos me diziam ser responsável pelo menor. Tem de fazer de tudo para o proteger. E fiz, e faço. Fui humilhada em tanto lado. Publicamente. E online. Passaram dois anos e continua. Recebo sms de ameaça, vou buscar o meu filho entram-me para dentro do carro aos gritos, alcoolizado. Cospem-me no vidro, o objectivo era a cara. Passaram 2 anos, vou a festas porque me querem lá e sou alvo de ameaças e gritos, que o meu objectivo é tirar o filho ao pai. Vejo os meus amigos incrédulos a olhar para as ofensas, e a dizerem para me calar. Que não tenho de dizer nada. Mas é tão difícil. Foda-se. Como é difícil. As pessoas não tem noção. Era consultar o processo, é publico. Eu limito a deixar cair esses pseudo-amigos. Morreram, paz à sua alma, não fazem parte de mim. Não tenho sanidade mental, para ter pessoas dessa estirpe na minha vida. Passaram dois anos, e sou atacada da mesma forma. Sou atacada por uma pessoa, que teve relacionamento com duas pessoas, que me traiu duas vezes, das quais eu tenho cópia do conteúdo das conversas, para apresentar em Tribunal se necessário. Uma pessoa que há uns tempos arranjou namorada. E tomara eu que tivesse e se esquecesse de mim. Mas Se não fosse eu, talvez o que temem, já teria acontecido, porque o próprio instiga-me todos os dias. Há dois anos com policia à paisana. Há dois anos com aparelho de assistência. Há dois anos com telemóveis na IC. E as pessoas acham que é pelos meus belos olhos. Custa tanto. O que me custa mais, é ver o massacre diário na criança, é a dor dele. É duro descobrir que falam com uma criança de 9 anos, na mesma linguagem que tem para ti. É tão duro. É tão duro ler as coisas que escrevem para o teu filho, com 9 anos. E depois vou eu, a caminho de tudo. A toda a hora. Quero lhe dar o mundo, quero tanto que ele se sinta preparado para isto tudo. E sou eu a remar contra um egoísta, egocêntrico que me vê a mim, passando por cima dele. E é duro. Hoje, articulada com todas as autoridades envolvidas, estamos a trabalhar no mal menor, para o menor. E é duro. É duro. Tão duro também para ele, que tenho de dormir com o meu filho todas as noites. Ás vezes penso que tudo vai ficar bem, avisam-me que não...e não fica. Volta tudo ao mesmo. Estou exausta. E mais exausta porque não consigo o melhor para o meu filho. O equilibro. Sinto-me constantemente a construir, vem alguém deita tudo por terra. Não lhe interessa que o seu filho sofra, chore. No outro dia, super preocupada, fui falar com a psicóloga, sobre o facto de me terem dito que o meu filho ia ser um delinquente, que não ia ter mão nele, que ele fazia chantagem com o pai e se atirava para o chão. Fiquei extremamente preocupada, porque não reconheci essa criança. O meu filho não é assim comigo. Falei com a psicóloga e o que me explicou é que cada criança corresponde à pessoa que tem à sua frente, e às vezes como forma de defesa. Passei a informação, e deixei-a trabalhar. No entanto, para que a outra pessoa vá à psicóloga, resolver as questões que para si deveriam ser de extrema importância ...não vai. Falta. Custa-me muito. Muito. Porque eu sei o massacre que tenho, acho que 25000 sms podem ser consideradas massacre. cuspirem-me também. E passaram dois anos. Nem imagino o que o meu filho sente, quando ele ouve as mesmas barbaridades que estão escritas nas sms, sim porque eu ouvi o que ele estava a ouvir. E eu como mãe e responsável pelo menor, reporto tudo. Tudo. Uma coisa que eu nunca vou ser, é negligente.  Nunca. E isto deixa-me exausta. Não poder falar nada com o outro lado, organizar nada, nada....porque do outro lado há zero conversa. Mas se eu decido, cai o mundo, porque eu decidi fazer sozinha. É o que temos. Este tempo de Covid, faz me estar em casa. Bastante pensativa. E tenho rezado mais do que o costume. É que já não há mais nada a fazer. Passaram 2 anos e as pessoas não mudaram, não aprenderam nada. Nada. Como me diz muitas vezes por sms, "é até à morte". E suspiro. Estou cansada. Exausta. Olho para o meu filho a dormir, faço-lhe festas no cabelo e na face, e rezo. Rezo para que o seu coração encontre paz. Falo muito com os meus pais. Não percebo porque foram os dois. Foram fazer companhia um ao outro, acredito. Mas fazem-me falta para caraças. Mesmo, tanta que dói. Olho para a foto dos dois a sorrir. E penso, eles morreram mesmo? Nunca mais os vou ver? E choro. Choro. Não sei se é de evitar lembrar-me que eles morreram, mas custa-me muito. Mexo na porta lembro-me deles. Tomar o pequeno almoço lembro-me deles. Tudo, me lembra eles. E é muito triste, é muito só ser-se orfã. Desejo tantas vezes ser pequena novamente e deitar-me com eles na cama. Andar aos pulos. Comer a gemada. Que saudade lixada. Parece que estou noutra dimensão. Acredito que estão sempre comigo. Sei com toda a certeza do mundo, porque eu não aguentaria metade do que estou a passar. Ainda no outro dia, uma enorme confusão, por nada, e fui, cheia de medo, fui calma, perante um alcoolizado tresloucado.... a dizer barbaridades com o filho a ouvir. Calmamente pedi para se retirar do carro, porque queria ir embora. Um calma estranha. Muito estranha. Dói ver a violência verbal a que o meu filho tem de assistir. E respiras fundo. E vens para casa com ele. Acalmas-o, dizes que tudo vai correr bem. Deixas que o teu filho adormeça agarrado a ti. E choras. Choras o mundo. Não há muito mais a fazer do que chorar, porque não há nada que possas fazer mais. Tu não consegues mudar o mundo, as pessoas, ninguém. Só podes dar o melhor de ti, E dou. E custa. Mas dou. Este tempo em casa, faz-me ficar mais pensativa. Parar para mim é pensar. Eu não gosto de pensar, no que de facto me está a acontecer. Não gosto de sentir o que sinto. Mas sendo eu uma pessoa de afectos, ter o abraço do meu menino, vale muito. Pintar com ele, plantar, jogar à bola. Tantas coisas boas. Ter amigos bons, que te ligam, que te mandam mensagens. É tão importante ter bons amigos. Tão importante, porque eles são a tua família. Graças a Deus que os tenho e que me dão carinho, em dias tão duros e tão complicados. Com o Covid todos os meus processos em tribunal vão mais lentos, mas que seja um ano de resoluções, e que saia o divórcio. Tenho vergonha, de estar associada a uma pessoa de nível tão degradante, Quem se comporta assim perante um filho, uma mãe e mulher diz muito de si. Rezo a Deus, todos os dias para que ele encontre luz e apoio psiquiátrico. A mim e ao meu filho peço saúde, para vivermos e rirmos muito. Para vivermos sempre abraçados, num grande amor. Como ele me diz, contigo estou em segurança. Posso estar a cair, posso estar muito para lá do que alguma vez imaginei estar, mas vou continuar. Entre choro, entre abraços, entre o colinho dos amigos, vou continuar. Que Deus nos ajude nesta pandemia, e a todos as entidades de saúde e aqueles que tudo fazem para que não nos falte nada. Seja supermercados ou os senhores do lixo! Um grande bem haja. Que tudo isto nos torne mais amigos do próximo, mais humanos e menos egocêntricos. E que os meus pais estejam sempre comigo, que lhes tenho uma saudade do tamanho do mundo.
Amo-vos para todo o sempre!
Não me deixem cair. Guardem o meu coração e do vosso neto!
Amar é sempre o caminho mais certo.
Não me deixem cair, segurem-me sempre a mão, e sempre num abraço vosso.


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