Relativizar
Aprende-se muito com a dor. Acho que é o sofrimento que nos faz mudar, que faz mudar o mundo. Se para é para melhor ou para pior, não sei.
No que me toca, tem sido dias escabrosos. Num lado da balança, tenho humilhações várias. Já fui mais humilhada em 2 meses, que em 30 anos de vida. Já tive actuações de espectáculos deprimentes, em missas, escuteiros, promessas, jogos de futebol, na caixa do multibanco, e no continente. Todas de borla, e sempre bem regadas. Parece aquele artista de nariz vermelho, que anda de mochila às costas, de terra em terra, sempre pronto a actuar. É uma pena as actuações serem muito duvidosas,e deprimentes. Faz-me lembrar a personagem do bafo de bode, da novela Tieta, embora esse não fosse tão tosco. No entanto, adoro perceber de como as pessoas podem ser idiotas, por acharem que ficam impunes por teclar. Não tem noção de nada, não fazem puto ideia do que se passa, mas teclam com dedinhos de merda. E não percebem que não só é crime quem o comete, como quem o incita a cometer. E depois do outro lado da balança, tenho uma prima, com poucos dias de vida. Mais uma. Esta do meu coração, bem fundo. Esta dói e dói a sério. E olho para a balança, e vejo que o palhaço saltinbanco não tem qualquer peso. É muito mais importante os nossos, os que amamos. E aqueles que queremos connosco. De tudo isto só tenho a pena de não conseguir ajudar a minha prima. Isso custa-me. Mas percebi que também não sou um boneco animado super heroi, que consegue proteger o seu mais de tudo, de todos os espectaculos mediocres e grátis, que lhe tem proporcionado. E depois admiram-se, que as coisas estejam como estão. Águinha nunca fez mal a ninguém! Será que chove hoje?