Vivo de amor
Saio do trabalho tarde. Trato de coisas ao telefone. Apanho o piolho. Vou a conversar no carro com ele sobre a aula de música e estava fascinado com o xilofone, olho para o relógio e penso, bolas não me posso esquecer da visita. Penso em tudo e um par de botas, já com coisas marcadas, jantar, banho....nove menos nada...siga, deixo tudo em ordem e dedico-me à visita, visita não no sentido de obrigação, mas do coração. Não há tempo para estar cansado ou jantar. Há coisas mais importantes, coisas do nosso e no nosso coração, sentido de cumprir algo importante para nós, para outros, para ti. E lá fui eu. Sabendo só ter meia hora até outra coisa marcada. Para os amigos há sempre um tempinho, é este o meu lema. E raramente digo não. Chego, digo-te olá. Nem sei bem o que te dizer. Olho para ti, penso em mil coisas e fico a pensar que tenho de me controlar se te vir a chorar. Duas a chorar é demais. E penso, sol vieste para ajudar, nada deprimir mais. A coisa corre menos mal. Vejo-te com boa cara. Animada dentro do possível. E eu feliz por estar ali. Nem que fosse um minuto, um segundo. O abraço neste dia, valeu muito, bem sei. E não precisas de agradecer. Nunca se deve agradecer a amizade. Desculpa é estar sempre a correr. Atropelar tudo. Sou trapalhona, bem sabes. Mas gosto de ti e adorei não te desapontar. Principalmente ontem. Porque eu sei que um abraço, um miminho, é como carregar baterias, é sentir que temos companhia, temos alguém para enfrentar tudo, não estamos sós. Senti-me feliz. E fiquei feliz por te ver bem. Sai-o a correr, atrasada. Feliz porque dei o melhor de mim. Apanho a minha mais que tudo, em modo gaja. É assim o amor que tenho por ela. Ontem disse-lhe todas as saudades que tinha dela. Que sinto a falta, a conversa. Sinto falta de outros tempos, dos nosso tempos. Quis ser egoísta e ficar com ela só para mim, confesso. Falei, falámos, rimos. É muito amor, sou tão feliz por ter uma amiga assim. Ás vezes, secretamente tenho medo de nos tornar-mos estranhas. Dela se esquecer de mim. De nós. De se desligar de mim. De não termos assunto. Assusta-me um pouco pensar nisso. Questiona-me a distância, não sei bem o que lhe dizer. Ás vezes penso, logo isso não é bom, que as pessoas quando estão bem, quem sou eu para de alguma forma estragar isso. Levei claro um raspanete. E uma careta de olhos esbugalhados. Sai-se com o ....Então acontece-te isso tudo e tu nem me ligas?! Explico que não consigo falar sem me emocionar, sem me faltar a voz. Tento começar do inicio. Paro. Mudo de assunto. Volto. Mudo de assunto. Ninguém gosta de ser lamechas. Eu não. Conversar com ela, é saber que não há outro caminho a não ser dizer a verdade, como estamos, como sentimos. Aquelas pessoas que nos conhecem, que mesmo que queiramos esconder, não dizer, ou omitir, a pessoa respeita, percebe e respeita. Meu amor, sabes que não é por mal, mas acho que não gosto de incomodar as pessoas. Sei lá. Uma coisa eu sei. Ontem dei de mim e recebi de ti. Numa noite magnifica, numa esplanada do Deck, em pleno Estoril, já tarde. Gosto disto do dar e receber. Gosto de sentir que a tempestade está a passar. Gosto muito de te sentir por perto.
Comentários
Um grande bj minha querida