Sou uma banana!

Não vou falar de um suposto show erótico pelos lados de Évora, que os meus colegas tentaram levar-me. Envolvia uma banana e uma mulher e mais não digo.

A expressão és um banana é bastante utilizada por estes lados...Os meus colegas utilizam muitas vezes, quando se querem afirmar...do género, ai fizeste isso assim, és um banana. Este gajo é um banana!

Constato que todos nós, uma vez na vida somos uns bananas. O que não tem de ser mau.

Eu sou uma banana. Não sei se esta expressão fica bem a uma mulher, por pensar noutras coisas, mas fiquemos focados no sermos uma banana, sermos demasiado brandos, moles.

Eu sou assim.

Fazem-me uma, duas, até três e eu estou lá. Estou sempre. Sempre. Posso não ver a pessoa hà anos, se for preciso estou lá. Seja há hora do almoço, seja de madrugada, seja em à porta de casa, seja no Algarve, ou no Porto. 

Dizem-me que sou parva, que isto e aquilo, que sou banana, mas eu não quero saber. Faço o que sinto, faço o que sei fazer de melhor e é ajudar e estar sempre pronta para abraçar, acarinhar.

Ontem foi um dia especial. Muito especial para mim. Não pelos baptizados também importantes, não por ter amigos presentes, familiares. Foi importante porque dei o passo para o reatar uma amizade de uma prima, amiga. Dizem-me, mas foi ela que te deixou de falar, és uma banana! Pois sou...caramba, mas ela faz-me falta. E para além do mais sou educada. Ia cumprimentar três senhoras e deixava a rapariga pendurada?! Nunca! Antes deixarem-me pendurada a mim. Cumprimentei, e houve surpresa. Minha por ter feito esse gesto, dela porque não estava à espera, dos outros que sabem. Já andamos nisto há uma ano, meias conversas, meios sorrisos, meio avançar. Desta vez fui com tudo. E seja o que tiver de ser. E senti-me bem, que saudades que tenho dela.

Falámos durante a festa toda, tive a sensação que queria falar tudo o que não falei em 8 anos e acho que ela também. Este gesto quebrou outras barreiras, da mãe dela, minha tia...parece que tudo está a mudar.

Quantas vezes me senti triste, há espera de solução, revoltada sem saber o que se passava, sem perceber o distanciamento, sem acesso à pessoa. Quando não nos querem falar não há nada a fazer. Ela fez-me falta. Fez mesmo.

Ontem soube-me tão bem, mesmo bem. Falar, rir e partilhar.

Claro que uns chamaram-me de banana, outros ficaram contentes, porque sabem que nos dávamos bem. Se ser banana é sentir-me feliz, sou definitivamente uma banana. Mas eu também sou feliz com pouco, que para  mim é muito.