Um pouco confusa
Sou uma pessoa romântica. Sou aquela pessoa que gosta de mimo e de dar mimo. Que gosta de preparar o pequeno almoço para o mais que tudo. Que gosta de surpreender, de dar animo, acarinhar, amar. Passo num sitio e lembro da pessoa. Faço mundos e fundos.
Eu era a menina que sempre defendeu que devemos dar e não esperar nada em troca. E eu sempre dei e dou muito. Mas há coisas que precisamos de receber. Precisamos de receber amor, carinho, afecto. Sou muito romântica e faz-me falta o romantismo, faz-me falta o factor surpresa, aquela mensagem, aquela chamada, aquela flor do campo, aquele lembrei-me de ti. Faz-me falta. Quando casamos com alguém que não é de todo romântico a situação fica complicada. Ou nos conformamos ou então vivemos com um agridoce. Eu acho que vivo no agridoce, fico sempre na espectativa de algo, que sei que nunca vai acontecer. E isso vai-me moendo. A verdade é que não me consigo conformar com a falta de romantismo. E eu que no passado pensava que era tão bom dar, o amargo cresceu e tornou-se como um morrer na praia. Como se não chegássemos a lado algum. Acho que também eu deixei um pouco de ser romântica, deixei de ser um pouco eu. Hoje recebo uma flor que tanto gosto, e não me sabe a nada. Sinto-me estranha, confusa. Fico contente, mas não feliz. Não sei, sei que alguém mudou e acho que fui eu e para pior.
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